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Nong Khai

Na divisa entre a Tailândia e o Laos, próximo da capital laociana, Vietianne, existe uma pequena cidade chamada Nong Khai. Normalmente ela é usada como pouso ou passagem para aqueles que, pela Tailândia, irão atravessar a Friendship Bridge e entrar no Laos. Mas ela não é somente isso. Possui vários templos budistas de beleza indiscritível, locais interessantes como o parque Sala Kaew Ku e uma vista muito bonita do rio Mekong.

Aqui, algumas fotos de minha passagem pela cidade em novembro/07 e também do aeroporto de Udon Thani, o mais próximo do lado tailandês.

Aeroporto de Udon ThaniEstátua no parque de Sala Kaew KuBudas “sentados” em um templo de Nong KhaiA noite à beira do rio Mekong

Dez dias de estrada

Já estou há dez dias na estrada e somente agora encontrei uma máquina onde conseguisse escrever um pouco. As porcarias dos computadores nos ditos países socialistas só usam Microsoft e o Internet Explorer. Aí meu amigo, a coisa não vai.

No norte da TailândiaNestes dez dias passei pela Tailândia e Laos. O primeiro, uma escala técnica para a entrada no segundo pela “ponte da amizade” que liga Nong Khai a Vientiane, capital laociana. Lá, vários passeios, ótimas fotos (que serão mostradas depois) e boa comida. Saído da capital rumo ao norte, Luang Prabang, uma pequena cidade patrimônio histórico da humanidade pela Unesco. Linda de morrer, pequena, tranquila e várias coisas interessantes para fazer (mais do que na capital). Conheci as Pak Ou Caves, bebi o whisky feito de arroz chamado “laolao” e subi dezenas de escadas que quase me mataram.

Depois de dois dias lá, Hanoi, já no Vietnã. Um lugar impressionante pela baderna, pessoas e muita, muita motocicleta. É algo que qualquer motoboy paulistano pararia na esquina para pensar o que fazer. Ele simplesmente, por mais doente que fosse, não entenderia como as coisas funcionam aqui. Tive que ficar dez minutos parado em um cruzamento para gravar os enxames de motos que conseguem, sem semáforo, sem guarda, sem nada, se cruzarem e não se tocarem. Algo que tem que ser visto e pouco pode ser descrito.

Hoje, vou fazer a “sessão museu”. Vários deles para ver e tentar compreender um pouco do país e do povo. Além disso, ver algumas coisas relacionadas com a recente (sic!) Guerra do Vietnã impetrada pelos americanos em território da Indochina. Certamente, algo interessantíssimo para conhecer mais de perto.

Do “comunismo/socialismo” nada sobrou. Coca-Cola, Marlboro, Ford e Versace são marcas constantemente vistas em produtos e anúncios por todas as ruas e prédios. Além disso, a invasão chinesa é sentida em todas as esquinas, seja por lojinhas empanturradas de produtos, sejam pelas pessoas caminhando nas ruas com suas proles a tira-colo. Fatalmente, se não tomarmos cuidado, mais dia ou menos dia estaremos falando mandarim e tendo-a como idioma oficial do mundo.

Enfim, ótimas imagens, ótimas recordações e vários quilômetros de viagem. Semana que vem parto para o norte do país que promete ser muito lindo, principalmente pela chuva prometida e pelo frio esperado. Até que enfim, estou há onze meses só no calorzão.

Até mais!

Um sonho de criança

Criança normalmente sonha com monstros que as amedrontam, com coisas que não gostaria de fazer ou ainda com aquelas chamadas de impossíveis. Quem é que nunca sonhou em bater no moleque mais chato da turma (só que ele era grandão)? Ou não sonhou com o bicho papão por causa do escuro? Ou ainda em poder ser como um super-herói da TV ou ainda não ir para a escola. Duvido que os sonhos de crianças não sejam assim até hoje.

No meu caso sonhava com isso, claro. Mas também sonhava com outras coisas que, naquela época, eram impossíveis para mim. Sonhava em andar de avião, em conhecer vários lugares diferentes, em ver coisas novas. Fui crescendo e os sonhos não acabaram, ao contrário, se tornaram maiores, mais distantes, mais ousados.

Um deles vem de berço. Meu velho, comunista de carteirinha (realmente), possuía a teimosa mania de comprar livros. Livros de história, de artes, de ciências. Assim sempre tive acesso à livros e tomei gosto pela coisa, seja para ler ou para escrever. De outro lado, minha velha, professora de história, contava coisas interessantes sobre o mundo que me deixava boquiaberto e pensativo no quanto nosso mundo era grande. E deste tempo e da mistura dos dois veio um sonho enorme.

O sudeste asiático, principalmente a chamada Indochina sempre me foi um fascínio, fossem pelos livros de história ou ainda pelos filmes que naquela época somente mostravam a visão unilateral dos americanos. Desta época já vinha minha indignação de que não seria possível serem tão bonzinhos e os “chinas” serem tão maus, o que se mostrou totalmente inverso nos anos vindouros com a verdade sendo conhecida por outras fontes. Mas além desta visão, recordo-me das cenas e imagens dos arrozais sendo bombardeados por napalm, as casamatas, as multilações. Um período rubro-negro pelo qual alguns povos passaram nas mãos da “polícia do mundo”.

Quando tinha 13 anos prometi para eu mesmo que iria um dia pisar nesta parte do mundo para ver de perto o que tornou-se prazer para os franceses durante muito tempo e o que foi palco de uma das maiores atrocidades humanas depois da segunda guerra. O Vietnã, Laos e Camboja, países que nada são para a maioria das pessoas mas que possuem uma história milenar vinda desde os mongóis até os descendentes de Buda que mesclados criaram um povo extremamente rico em cultura e arte. Neste caldeirão multiracial e multicultural eu mergulho para realizar dois terços deste sonho de criança.

O roteiro é simples: algumas escalas em cidades-chave (Kuala Lumpur e Bangkok) até a fronteira entre a Tailândia e Laos, já diante do rio Mekong e de Vientiane, a capital laociana. De lá, Luang Prabang, pequena cidade ao norte do país considerada patrimônio mundial pela UNESCO e depois a entrada no Vietnã por Hanói. Alguns dias ali e parto para Ha Long Bay (outro patrimônio mundial) e Sapa, na fronteira com a China (que não vou entrar pelo menos a princípio). Voltando para Hanói desço para a antiga Saigon (hoje Ho Chi Mhin) onde pretendo conhecer algumas casamatas da época da guerra. Finalmente, Cingapura para uma parada estratégica e a volta para casa.

Mapa da rota

Toda a viagem soma mais de dez mil quilômetros de vôo, doze cidades e vinte dias, o que é pouco para conhecer tão deslumbrante local de nosso planeta. Os preparativos já estão quase prontos, faltando somente receber o visto de entrada no Vietnã e fechar a mala. Então ainda dá tempo de contar aqui um pouco mais sobre esta viagem antes da partida.Aguarde cenas dos próximos capítulos. Vai ser sensacional!