Mês: janeiro 2007

Ilha de Ataúro

No domingo passado fui até a Ilha de Atauro, um pedaço de terra timorense que fica defronte a cidade de Dili distante 25 quilômetros da costa. Na companhia de meus amigos Hélio e Claudia, resolvemos passar um domingo diferente conhecendo o lugar, já que Dili pouco oferece de opções nos finais de semana. Leia Mais

Selos do Timor Leste

No próximo dia 2 será lançada uma nova série de selos do Timor Leste. Como as coisas aqui aparentam surgir e sumir de um minuto para o outro e também porque o que está escrito nos jornais nem sempre corresponde a realidade, seja esta boa ou ruim, resolvi dar uma passada nos Correios para verificar in-loco a história. Pelo menos até agora ela é correta e serão mesmo lançados.

Mas lá estando achei uma peça muito bonita contendo os quatro selos do dia da independência do Timor e comprei algumas tanto para recordação quanto também para garantir que não desapareçam sem que eu tenha alguns exemplares. A peça pode ser vista na imagem abaixo (envelope com a bandeira do Timor Leste, os quatro selos e o carimbo de primeiro dia de circulação).

Se quiser uma peça igual, entre em contato para que possa enviar via Correio. O valor é de US$ 30,00 já com a postagem para qualquer lugar do mundo via correio normal (para DHL ou UPS, o valor é outro).

Selos de Timor Leste

Japonês Voador e Formiga Atômica

Dizem que vingança vem a cavalo não é? Pois bem, sacaneando meu amigo Wada com seu capacete de japonês voador (veja aqui se não parece), veio o troco agora.

No almoço de ontem, vendo o capacete de Hélio, um paraíba que também está em Dili, me registram esta “coisa” digna de formiga atômica.

Formiga Atômica

A alegria de ser timorense

Foto clicada na festa da defensoria pública em 13/01/07, dia que estava chegando em Dili. Sorte? Não sei, mas feliz por ter registrado momento tão bonito.

Final de semana diferente

Depois de uma semana trabalhando e andando por Dili, já conheço vários lugares diferentes. No sábado resolvi comprar uma bicicleta para poder me locomover com mais facilidade e velocidade pelas ruas da cidade, já que ela é na sua grande maioria plana. Saí cedo de casa e travei minha primeira batalha com o tetun, um dos idiomas oficiais do país. Simplesmente levei 20 minutos para explicar ao cara da bicicletaria que queria trocar os cabos de freios para o que estou acostumado a usar no Brasil (feio traseiro na mão direita e vice-versa). Como ele não fala português e eu não falo tetun, tornou-se uma conversa digna de riso. Mas tudo bem, consegui sair de lá com a bicicleta como queria e fui até Areia Branca pedalando. Ótimo para ajudar na perda de peso.

No domingo saí com um grupo de brasileiros e portugueses para comer alguma coisa no Hotel Timor, o hotel mais luxuoso da cidade. Uma boa comida e ótima conversa que durou até as 3 da tarde. Na volta fomos ao “Mercado dos Tais”, um mercado de artesanato onde se encontra os “tais”, tapeçaria típica do país, muito colorida e muito bonita. Não comprei nada pois ainda não é momento, mas a ida ao local serviu para aprender a não pechinchar muito. Depois que vi como eles são feitos (tinha uma moça com não mais de 13 anos tecendo um), simplesmente desisti. É muito trabalho pelo que pedem no valor da tapeçaria. Um sacrilégio pedir desconto.

Na volta, passei pelo primeiro “medo” desde que cheguei. Dentro do carro de um procurador da justiça e mais uma senhora, estávamos mostrando a cidade à esta última quando em um bairro próximo da saída para a estrada de Areia Branca acontece uma briga de gangues. Diversas viaturas da polícia da ONU e policiais espalhados por todos os lados já tentavam “acertar a situação”. Tentamos passar pela polícia inclusive para que o procurador estivesse presente e se inteirasse da situação quando um policial australiano extremamente grosso barra nossa passagem com sua viatura e desce da mesma aos berros conosco. De nada adiantou nossas identificações e tampouco a identificação de procurador dele, quanto mais se falava com ele, mais ficava irritado.

Aparentemente os australianos não são bem vistos dentro do Timor por coisas como estas. Grossos no tratar com as pessoas e pouco se preocupam em compreender o país, coisa típica do colonizador. Para o idioma então, lamentável. Conheci somente um australiano que fala tetun com fluência; o resto simplesmente ainda acha que o inglês é a coisa mais maravilhosa que Deus fez na face da terra para a comunicação. Lamentável.

Saí deste incidente sem nenhum problema, exceto que as cenas da polícia e dos timorenses no meio da rua, todos os carros de polícia, armas e pedras me lembram muito a PNP – Polícia Nacional do Peru quando lá estive e também estava no meio de um conflito, quanto a PM de São Paulo. Pelo visto, polícia é “polícia” em todo o mundo.

Depois fiquei sabendo que neste conflito morreu um timorense que fazia parte da Polícia Nacional do Timor Leste e outra pessoa está no hospital. Por quê brigam? Não sei, ainda não sei. Só sei que não entendo como conseguem matar um semelheante, seja usando o que for.

De volta para casa, terminei de ler outro livro (o segundo desde que saí de São Paulo) e fui para cama, afinal hoje tinha faina :)

Uma semana de Timor Leste – Dili

Na chegada em Dili fui recepcionado por um companheiro de trabalho, Renato Wada (o japonês voador) e também pelo meu chefe imediato, Daniel Amaral. Saindo do aeroporto me levaram para o hotel onde ficaria (e onde ainda estou) passando por várias regiões da cidade a fim que tomasse o primeiro ar timorense e pudesse ver um pouco daquilo que seria minha casa por algum tempo. Sendo tudo muito diferente para mim, minha curiosidade estava à flor da pele mesmo com o cansaço da viagem. Logo de cara o primeiro choque: existe um campo de refugiados defronte ao aeroporto, sendo este ainda o maior campo da cidade. Dezenas de barracas da UNCHR espalhadas por uma grande área servem de casa e abrigo para dezenas de famílias que lá estão esperando condições para retornar à suas casas. Para quem aqui vive ou está há algum tempo, esta visão nada tem de estranha mas para mim que estava no Timor há menos de meia hora, certamente é uma visão estranha e que demonstra um pouco da real situação do país.

Passamos pela região do porto (onde existe mais um campo de refugiados), pelo Palácio do Governo, sede do governo federal e por outras regiões da cidade até chegar ao hotel. Tudo ia sendo explicado para que pudesse conhecer um pouco do local. Interessante era ver que mesmo sendo um país de colonização portuguesa, a mão de direção era inglesa tal como na Inglaterra, certamente devido a proximidade da Austrália e da importação de veículos desta região.

O hotel não passa de uma pousada para quem está acostumado com os hotéis brasileiros, mesmo aqueles de mais baixo valor. Simples mas limpo, todo arrumadinho e com uma vantagem: fica próximo a tudo (ou quase tudo) na cidade. Isso mostrou ao longo dos dias ser uma vantagem pois tenho que caminhar para todos os lugares por falta de condução própria (já resolvido parcialmente com a compra de uma bicicleta).

Deixei minhas malas no hotel e fui junto com Wada para sua casa a fim de tomar um banho pois meu quarto ainda não estava disponível. Pegamos um táxi em com 5 minutos de corrida já estávamos lá. Tomei um banho e fui informado que tinha uma “festa” para ir. Claro que não era para mim mas tive a sorte de chegar em uma comemoração da Defensoria Pública onde estão vários brasileiros trabalhando e teria uma feijoada no almoço. Claro que desacreditei pois não esperava encontrar feijoada tão longe de casa mas como estamos na chuva, é para se molhar. Pego minha máquina fotográfica para aproveitar a oportunidade e tocamos para o prédio da Defensoria, não muito distante de sua casa. A vantagem desta festa é que poderia ficar acordado por um bom tempo a fim de dormir somente a noite. Com isso conseguiria acertar o fuso horário e também resolver o problema do jetlag.

Na tal festa tive a oportunidade de conhecer alguns outros brasileiros que aqui vivem mas além disso, poder conhecer alguns timorenses e também um pouco de sua cultura. Nesta festa foi feita uma apresentação de um grupo de garotas típicamente trajadas que cantaram várias músicas de sua cultura, algo muito impressionante e bonito (as fotos podem falar por sí).

O interessante do povo timorense é sua educação e cordialidade. Mesmo sendo um país paupérrimo, são extremamente educados (pelo menos com os brasileiros) e muito cordiais. É simples você estar andando pelas ruas e lhe dizerem “bom dia”, “boa tarde” e assim por diante. Algo que não saiba e depois foi me explicado é que perguntam muitas vezes “para onde você vai”. De forma alguma isso é um avanço sobre sua privacidade ou coisa que o valha, mas sim uma forma de perguntar “como você está”. Confesso que na primeira vez que me perguntaram achei estranho mas como já sabia da história, respondi com um sorriso dizendo que estava indo descansar. A pessoa me abriu um grande sorriso e dando-se por satisfeito, seguiu seu caminho.

Na parte da tarde, finalizada a festa, fomos para uma praia (em meu primeiro dia!) chamada Areia Branca. Não que a areia seja branquela mesmo, mas o nome advém das areias brancas que aparentam não ser tão comuns nesta região (tanto que as praias que poderiam ser chamadas de “urbanas” são cascalho). Um conjunto de choupanas com sapê fazem do lugar um lugar tranquilo para comer alguma coisa no fim de semana, tomar um sol e descansar um pouco. Neste lugar tirei dezenas de fotos muito bonitas principalmente com o pôr-do-sol que chegava e deixava o céu todo vermelho.

Final do dia, de volta para o hotel só pensava em tomar um banho e dormir, Dormir e muito. Dito e feito, foram 14 horas de sono, somente separados por uma ida no banheiro e volta para cama. Passava da uma da tarde quando saí para almoçar junto com Wada e outros colegas em um restaurante australiano. Comida mais ou menos acompanhada por ceveja mexicana (não dá para tomar as cervejas australianas, são ruim demais!). Volto para o hotel para mais uma boa noite de sono pois no dia seguinte seria cheio.

Segunda-feira

A primeira providência era me apresentadar no QG da UNDP a fim de assinar contrato, fazer meu crachá (indispensável) e tomar outras providências. Junto comigo estava um outro UNV; francês radicado na Bélgica sendo trazido do Burundi para trabalhar no parlamento timorense. Conversamos um pouco sobre trivialidades e logo que ficou sabendo que era brasileiro, começaram as piadinhas e pedidos de desculpa por marretarem novamente os brasileiros na copa. De minha parte disse que não falaria mais com ele pois não admitia de cabeçudos (referindo-se ao Zidane). Claro que tudo na brincadeira, principalmente por ele ser uma pessoa muito engraçada e falar pouco francês comigo (que alívio!). Andamos por todo o complexo para fazer os crachás e efetivamente “tomar posse” de nossos cargos.

Almocei em um restaurante brasileiro chamado “Café Brasil”, um lugar muito gostoso, tranquilo e onde posso comer coisas que são muito próximas daquilo que encontramos em qualquer esquina paulistana. Lasanhas, bifes, frango assado e até feijoada. Claro que tudo isso com as devidas proporções pois não encontro, por exemplo, o verdadeiro feijão preto que temos no Brasil mas pelo menos não sofro muito com a comida.

A tarde fui para o Ministério da Justiça, ou seja, meu escritório. Conheci algumas pessoas, meu local de trabalho e também o ambiente onde ficarei. Nada muito diferente do que já conheci na vida. Comecei a instalar meus softwares na máquina e me “ambientar” com tudo. Resumindo, trabalho para uma semana toda.

Uma semana de Timor Leste – A viagem

E já se foi uma semana de Timor Leste. Desde o vôo até agora, muita água já passou por debaixo da ponte. Algumas coisas interessantes, outras estranhas mas a maioria delas uma grande novidade para quem estava do outro lado do mundo no conforto de casa.

Então, cá estão as novidades deste tempo. Have Fun!

Leia Mais

Brasil, até breve!

Chegou o dia!

Às 17:40hrs embarco para dois anos longe do concreto de São Paulo, das praias de João Pessoa, do asfalto das rodovias brasieliras, dos hotéis em tudo que é capital de estado, dos amigos, da comida da velha, dos churrascos, e de tudo o que aqui tem de bom e de ruim.

Honestamente, nunca pensei em minha vida que tal coisa iria acontecer; nem mesmo nos sonhos mais estranhos que poderia ter isso passava pelo rol das maluquices. Dois anos de trabalho, de novas amizades, de aprendizado, de troca de conhecimento e principalmente daquele verdadeiro sentimento no coração de estar fazendo algo para alguém sem demagogia e tampouco sem dar esmola. Melhor que isso? Só ajudar a resolver o conflito na Somália.

Aos que aqui ficam, notícias terão de tempos em tempos mas sem periodicidade. Já não gosto muito dos prazos que as revistas me colocam para enviar os artigos, imaginem escrever no blog. Mas certamente existirá muita coisa para escrever e vontade não faltará.

Já começou a bater a saudade, infelizmente. É impressionante como este país e esta gente é cativante. Desconheço, nas minhas andanças pelo mundo lugar tão saudoso como o Brasil. Enfim, é cuidar dela para que não atropele-me como uma locomotiva de um TGV capaz de derrubar o mais forte dos seres.

Na mala, além daquilo que é necessário, ainda estão a bandeira da terra, a cafeteria para o expresso forte e quente (como deve ser), as fotos impressas daqueles que amo (ficaram lindas!), alguns livros, as músicas das minas gerais, do planalto, da amazônia, do nordeste e, no meio disso tudo, a pedrinha mágica que diz ser preciso voltar.

Enfim, é isso…

Pas! (em Tetun)

Mais brazuca na Ásia

Começando a chegar os documentos para a viagem (e como tem documento viu!), recebi esta madrugada a confirmação do vôo no trecho entre Darwin (Austrália) e Dili (Timor Leste). Tudo verificado, data, hora, pagamento (algo muito importante), me deparo com um brasileiro no meio.

Embraer

Quem diria, é isso mesmo! O avião que irá pousar com o gordinho do software livre no aeroporto de Comoro é um Embraer EMB120, avião turbohélice fabricado em São José dos Campos.

Será que as instruções dentro do avião e suas plaquinhas estão escritas no bom e velho português? A saber…

Quer aprender outro idioma? Experimente estas dicas

Já dizia o velho guerreiro Chacrinha que “quem não se comunica, se estrumbica”. E nos dias de hoje onde a globalização deixa de ser um sonho para se tornar algo ao alcance de alguns cliques, o aprendizado de outros idiomas é mais que uma necessidade, é uma obrigação.

Leia Mais