Mês: janeiro 2007

Não é bota fora, é bota longe

Se a ANAC não pisar na bola, se não acontecer nenhuma greve de operadores de tráfego aéreo, se as companhias aéreas ajudarem e se meu ticket chegar logo de Bonn, dia 10 de janeiro estou indo trabalhar uma temporada de dois anos no Timor Leste.

Já me informaram que cerveja lá é algo raro e quando existe é asiática. Então não poderia deixar passar à seco o último sabadão em São Paulo. Assim, estou lhe convidando para um happy-hour/bota longe no próximo sábado em São Paulo/SP.

O Local:
Bar Opção (o velho e bom Opção)
Rua Carlos Comenale, 97 – Bela Vista
Tel: (11) 3288-7823

O bar fica atrás do MASP na Av. Paulista (fácil acesso via metrô) e pode ser visto no Google clicando aqui.

Valor: consumação zero, só paga a cerveja/chopp/petiscos (cada um paga o seu hein, não sou papai noel)
Horário: a partir das 18:00
Data: dia 10 de janeiro de 2007 (com chuva, sol, relâmpago ou terremoto)
Fauna/Flora participante: amigos do software livre, amigos da área de desenvolvimento, velhos amigos, novos amigos, irmãos, cachorros, gatos e outros espécimes estranhos (efetivamente todos estão convidados)

Qualquer coisa envie um SMS para meu telefone celular: 11 7693-1838

Se você não puder participar, tudo bem, sei que não gosta de cerveja ou não gosta de mim (vou ficar com a segunda opção hehehe).

Vai viajar para os EUA? Cuidado com o Big Brother

Se já não bastasse a Polícia Federal vasculhando o Orkut da moçada atrás de “atos ilícitos”, agora vem outro furão querendo seus dados digitais.

Depois das ameças de terrorismo nos aeroportos ingleses de agosto passado, começaram a ser proibidas bagagens de mão que não fossem documentos, cartões de crédito ou remédios que deveriam ser ministrados em pleno vôo. Mas aparentemente isso não satisfez os ávidos olhos do Big Brother americano que, de acordo com a edição de ontem do jornal britânico Telegraph, assina acordo com os europeus para “passar o olho” no extrato de cartão de crédito e/ou no e-mail de qualquer pessoa que para a América viaje.

O que você tem a ver com isso? Muito pouco se não estiver viajando para os EUA. Caso contrário, indica-se NÃO comprar passagem aérea com seu cartão de crédito e tampouco fornecer informações de seus e-mails para qualquer companhia aérea. Paranóia? Pode ser que sim, pode ser que não, mas como tenho sempre dois pés atrás com os “gringos” não duvido que o acordo seja extensível para outros países, mesmo que não exista acordo assinado.

Resultado prático da ação
Caos, constrangimento e nenhum terrorista preso. Ou alguém acredita piamente que Osama Bin Laden e sua trupe compram explosivo plástico com AMEX na BestBuy americana? Óbvio que não.

Claro que esta é mais uma ação em nome do “combate ao terrorismo”. Se já não bastasse ser tupiniquim pobre e terceiro mundista, ainda é preciso liberar aqueles e-mails com piadas de português e correntes com arquivos PPT anexados para serem bisbilhotados pela CIA ou departamento de Imigração americano. Tudo para a proteção do “american way of life”

2007

Me perguntaram semana passada: “Paulino, onde está aquela mensagem de fim de ano que você sempre escreve? Esqueceu?”

Pois é, não esqueci não. Somente mudei um pouco as coisas. Agora não mais escrevo mensagem de fim de ano, mas sim de começo de ano. Por quê disso? Bem, vejamos…

Mensagem de fim de ano normalmente usamos para “lavar a roupa suja” do que passou, como foi complicado, como foi isso, como foi aquilo. Bah! que coisa mais chata ficar falando do passado. Vai mudar alguma coisa? Claro que não. Pelo menos ainda não foi provado que existem universos paralelos como Hollywood tanto filmou em sua história. Então, vamos falar do futuro desejando somente uma coisa: paz!

Estive lendo novamente a dedicatória que escrevi para o úlitmo livro de meu amigão do peito Julio Neves. Ao final dela, somente desejo uma coisa à ele: Paz. Ora, mas porque somente paz? Simples de tudo. Se a pessoa tiver paz, ela tem tudo o que quiser e precisar em sua vida. Não acredita? Então vamos aos fatos.

Lembra-se daquela musiquinha idiota de todo fim de ano que cantam “adeus ano velho, feliz ano novo…” Pois observe que interessante a letra onde se pede “dinheiro no bolso” e “saúde para dar e vender” . Ora, isso é muito fácil ter quando se tem paz. Sem ela, esquece, não terá nem dinheiro, nem saúde, nem coisa nenhuma. A paz traz a saúde para a pessoa fazer o que quiser. Se você possui paz de espírito, mesmo que doenças assolem sua estada na terra, conseguirá subjulgá-las e passar por cima. Exemplos vemos as centenas de pessoas que pasando por momentos difíceis e até mesmo impossíveis de serem imaginados, conseguem “sair ilesos” pois naquele momento tinham paz dentro de si, seja acreditando em um ser superior, seja acreditando que não “era sua hora”. Da mesma forma, se você tem saúde, terá condições de trrabalhar e ter dinheiro (a menos que seja um vagabundo de marca maior), viajar, comprar o alimento que precisa, pagar as dívidas do fim de ano (pensou que tinha esquecido delas né?) e tudo aquilo que deseja ter.

Mas não é somente desta forma que a paz trabalha. Se você tem paz em seu coração, em seu ser, certamente poderá ser uma pessoa melhor, não somente para aqueles que ao seu lado estão no trabalho ou em casa, mas principalmente para você mesmo. Conheço pessoas que são abonadas financeiramente, que possuem imóveis, carros, fazendas, cartões de crédito “no limits” e tudo aquilo que qualquer pessoa gostaria de ter. Mas elas infelizmente não conseguem ter ou comprar aquilo que é de mais valoroso na vida: a paz. Que pena!

Quando estava na estrada vindo de João Pessoa para Campinas, em uma curva da BR-381 passei por um buraco e meu pneu traseiro estourou. Senti o solavanco e comecei a encostar o carro para saber se tinha acontecido algo de mais grave. Desci do carro, olhei o pneu e a roda destruídos e olhei para pista. Neste momento pensei no que é ter “paz”. Uma curva enorme na descida, chovendo, asfalto molhado, um buraco de pelo menos 1 metro de diâmetro. Conclusão: cenário perfeito para um capotamento e a morte do outro lado da pista no meio do barranco.

Mas ao sentir o buraco e o estouro do pneu, simplesmente encostei o carro. Sem estar em paz comigo mesmo como estava (e estou), poderia ter feito qualquer besteira e descido barranco abaixo. Trocado o pneu, encontrei um posto dois quilômetros adiante com uma borracharia. Nela, o “negão” Antônio trabalhava feito um biruta para dar conta do serviço (parece que não tinha sido somente eu o afortunado). No meio da conversa, ele me pergunta uma com todo aquele sotaque de mineiro do interior: “oi moço, ocê é diferente. Tudo mundo que vem aqui com carrão fica reclamando e fica tudo desesperado prá ir embora. Ocê não, fica tranquilo ai. É mineiro sô?” Eu respondi: “não senhor, somente estou tranquilo, estou em paz”. Finalmente, ele retruca: “é, coisa difícil de achar aqui sabe. Aqui eu também tenho paz porque ajudo as outras pessoas e levo comida para meus fio lá em casa”.

Que lição posso tirar da conversa com um semi-analfabeto de um borracheiro no meio do nada sobre paz? Acho que principalmente aquela que não precisamos de “dinheiro no bolso” e tampouco “saúde para dar e vender”. Precisamos mesmo é de paz.

Muitos pensam que paz é aquilo que desejamos para o Oriente Médio perdido em suas guerras religiosas e boçais. Pensam que é aquilo que queremos para o Rio de Janeiro e suas milícias ou ainda para São Paulo com seu trânsito caótico e seu PCC. Não, não é somente isso. Paz é o que temos dentro de si. É a serenidade para escolher o melhor (e não a racionalidade), é a tranquilidade para “colocar o carro nos trilhos” quando ele teima em se desgovernar, seja por um buraco ou por algo maior.

Enfim, que se dane 2006! Ele não vai voltar e será lembrando somente nos livros de história. Parta para um ano novo desejando paz para você mesmo e para todos, tendo a certeza que, tendo-a, terá trabalho, dinheiro, saúde, tranquilidade e porque não, sorte?

Feliz 2007!
Paz.