Mês: junho 2007

FAQ Timor – nova versão

Dentro de algumas semanas chega mais uma leva de professores brasileiros ao Timor Leste mediante o convênio da CAPES com o governo timorense. Uma alegria muito grande pois ter aqui mais alguns brasileiros falando o português da terra é certamente muito bom.

Para auxiliá-los na tarefa (árdua diga-se de passagem) de atravessar vinte mil quilômetros que separam os dois países, atualizei a FAQ Timor com as dicas de viagem, inclusive porque foi detectado um erro na mesma.

Assim sendo, clique aqui e faça o download do documento. Caso precise de alguma informação adicional, entre em contato pelo e-mail paulino@michelazzo.com.br. Terei o maior prazer em ajudá-los.

E sejam bem-vindos ao Timor Leste!

Relax

Enquanto isso no país dos 0x2, nada melhor que…

Relaxa e Goza

Kopi Congresso*

Ao contrário de muitos, tenho uma paixão arrebatadora por café. Tal qual Garfield, não possuo forma antes do primeiro balde do dia. Sim, chamo de balde porque o tamanho da caneca não dá para dizer que é uma caneca. É grande mesmo. Acho inclusive que minha coleção de canecas vem desta minha paixão pelo café sempre quente, forte e preto.

O ritual de beber café é algo meio religioso, meio sagrado nas terras-roxas paulistas que durante anos seguraram a economia brasileira. Pecado é chegar na casa de alguém e não tomar um café e heresia é servir café velho, aquele de garrafa térmica. Café tem que ser passado na hora para deixar o cheiro pela casa e aguçar o mais frio dos paladares. Neste ponto, sábia é minha velha que não possui garrafa térmica em casa e a última ganha de presente foi sistematicamente destruída para não ser usada. Com ela, só água na chaleira.

Ultimamente com estas andanças pelo mundo, arrumei duas manias: degustar café e cerveja (que fica para outro post). O café, de vários já provei: timorense feito num Starbucks neozelandês (horrível) e na minha cafeteira italiana (até que ficou bom), colombiano em Medellin, antilhano na Noruega e claro, brasileiro até na Alemanha. Alguns maravilhosos como o Café Vienna do Conjunto Nacional em SP e horríveis como o existente no aeroporto de Lima, Peru (também pudera, deveria ter pedido chá de coca e não café).

Mas existem alguns que ainda não pude provar e vou aproveitar a estada na Ásia para conhecer. Um deles inclusive, iguaria Indonésia considerado o mais chique (e caro) do mundo: Kopi Luwak. Sua diferença: café feito de grãos que foram comidos e… cagados!

Sim, é isso mesmo: um café cujo os grãos passaram por dentro de um pequeno mamífero e que, por motivos alheios à sua vontade, foram colocados para fora num digno ritual de “lavação de alma” que libera aquela sensação de bem-estar ao pequeno e os cifrões nos olhos dos catadores das sementes, as quais são vendidas pela bagatela de aproximadamente US$ 1.200,00 o quilo em países como o Japão e EUA.

Diante desta perfeita demonstração da Lei de Conservação de Massa de Lavoisier, passa por minha cabeça pensamentos atabalhoados que vão desde me imaginar em emprego tão indigesto até tentar advinhar o que tem na cabeça o cidadão que ficou pensando o que poderia fazer com aquilo. Pior mesmo é saber que existe uma verdadeira indústria de marketing sobre o produto levando-o à exportação para terras tão distantes como a Rua Oscar Freire em pleno coração dos Jardins paulistanos.

Então, entristecido, chego a conclusão que bosta dá dinheiro quando vejo algo assim e recorro também à fundamentação no guano do Peru e ilhas do Pacífico. Pensando bem, deveríamos tirar os gramados da Esplanada dos Ministérios e fazer um grande cafezal para, como a Indonésia, exportar café cagado. Certamente bosta não falta no Planalto Central.

*Kopi = Café em Bahasa Indonésia

Coisas do Brasil

Na maior cidade do país e uma das maiores do mundo, São Paulo ainda trás entre arranha-céus e Ferraris cenas inusitadas como esta. Nos confins da cidade, lá em Parelheiros na Zona Sul ainda existem… selarias! Isso mesmo, aquelas lojinhas que vendem e consertam selas, arreios e todos os apetrechos para cavalos.

Confesso que não esperava tal descoberta dentro da capital da fumaça. A última selaria que vi foi no sertão da Paraíba, lá pros lados de Patos onde este meio de transporte e de carga ainda é muito utilizado. Mas em SP? Só acredito porque a fonte da imagem é pessoa de total confiança minha e digna de todas as verdades, caso contrário, chamava truco, batia na mesa e mandava o ladrão correr!

Por falar nisso, não tem alguém ai para jogar um truco não? Faz tempo viu…

A culpa é do asfalto

Gustavo é camarada dos bons. Pensa bastante, batalha bastante. Mas dia destes deslizou e disse que queria ser igual à mim, que só viajo, só passeio, só trabalho fora. Na verdade ele quis dizer que minha vida é muito boa, cheia de oportunidades e coisas assim. Mas, parafraseando uma empresa meia boca de software, get the facts (vamos aos fatos):

Minha vida é como ela é devido eu ser um cara muito burro. Daqueles tipo porta mesmo. Sou totalmente contrário ao status-quo da sociedade atual. Não gosto de baia no trabalho porque não sou cavalo. Não gosto de chamar chefe de “chefe” pois quem tem chefe é índio e tampouco gosto que digam para mim que a vida tem que ser feita de cereal, caminhadas e exames regulares ao médico. Então isso tudo me faz um ser diferente, um ser difícil para muitos e confesso que para mim também.

Para mim? Claro que sim! Ou acha que é fácil ser o lobo-mau da história (e pior que sem comer a chapeuzinho vermelho)? Sofro de dezenas de privações como por exemplo não saber o que é ter uma carteira de trabalho assinada há…. dez anos! Tudo bem, não sei para que presta a aposentadoria do INSS e tampouco se vai ter INSS daqui 30 anos mas isso é outra história. Também sou privado por exemplo de trabalhar no governo porque não tenho o ensino superior completo, nem mesmo aquele feito na Faculdade Beira-Mar, do tráfico do RJ. Então, ser aspone não dá para mim.

Tirando a brincadeira de lado (que nada tem de brincadeira), ser uma pessoa “do contra” não é fácil, principalmente quando se tem que explicar que Bill Gates, o cara mais rico do mundo, não tem faculdade. Ai ninguém acredita não é mesmo? E para explicar que o futuro é algo que está lá na frente e que se não viver hoje, não terei futuro? Não entra na cabeça da maioria dos mortais este tipo de pensamento pois “futuro” se constrói hoje. Claro que sim, vivendo e não vegetando. Eu ainda prefiro mil vezes descansar agora do que gastar com cardiologista quando tiver 60 anos.

E tudo isso começou por causa de um bicho, um comichão que tinha (e tenho) por asfalto. É uma coisa doida isso. Não conseguia ficar parado em casa estudando para colégio técnico ou vestibular. Aquilo não era para mim. Eu queria é asfalto, queria é ver o mundo. Queria ver se a Torre de Pisa é inclinada mesmo. Queria ver se Machu Picchu existe. Queria ver se o trem da morte era de morte (que nada, é fedido!). Queria andar nas ruas de Saigon (que hoje é Ho Chi Min) e tentar sentir o que foram 10 anos de bombas nas cabeças dos vietnamitas. Queria ver a Terra Média, queria ver cabeça de bacalhau (dizem que só na Noruega né). Queria ver tudo aquilo que via nos livros. Então eu fui, vi e vivi, mas não tive tempo para ficar estudando como ser um bom médico, um bom advogado, um bom engenheiro.

Na verdade, quando senti este ímpeto na vida, pesei muito dezenas de fatores. Pesei por exemplo os curricula de Bill Gates, Paulo Coelho (que não suporto mas mesmo assim tenho que dar o braço a torcer para ele), Jorge Amado. Pesei de Copérnico, de Arquimedes, de Galileu, de Tesla. Pesei de Amador Aguiar, de Sílvio Santos, de Ayrton Senna. Pesei de Gilberto Gil, de Caetano e de Roberto Carlos. Mas acho que pesei demais porque todos eles, sem excessão, possuem duas características iguais: não possuem faculdade e foram ímpares em suas vidas e na vida da humanidade. Então pensei: “caramba, acho que ser ímpar está do outro lado do banco da escola”. E ai já sabe o restante da história.

Se vou ser algo ou não? E eu quero lá saber?! Quero, da mesma forma que Senna, me dedicar ao máximo à vida (mesmo que morra cedo). Quero poder pensar como Newton sob uma árvore e descobrir o que nos segura no chão. Quero sonhar em voar como Galileu e deixar o legado para o helicóptero (ou qualquer outra coisa voadora). Quero é dormir depois do almoço e manter minhas faculdades mentais em dia. Mas não é fácil (como não foi para nenhum destes e outros). Afinal, se fosse fácil, todo mundo fazia.

Então meu caro Gustavo, a culpa é do asfalto. O asfalto que me privou de ter uma vida diferente, mas igual à de todos. A culpa é dele mas não toda. Parte também é do baixinho Dalai Lama que diz o seguinte:

Dalai Lama

Entendeu?

Masturbação

Uma de minhas tarefas no ministério depois que nosso japonês voador Wada retornou ao Brasil é tentar manter a ordem na casa, mais especificamente com os acessos à conteúdo na Internet. Confesso que é uma tarefa extremamente árdua e aqui tenho que render meu respeito ao trabalho que o japa fazia. Haja paciência.

E o pior que não é somente segurar a bronca dos ataques externos que inevitavelmente acontecem, mas também segurar certos usuários que tentam (e muitas vezes conseguem) se esbaldar com conteúdo digamos, malicioso, fartamente disponível na grande rede. E no meio destes acessos, encontrei algo interessante.

Trata-se de um site sobre saúde, principalmente de adolescentes, com um bom conteúdo e escrito na linguagem deles. No meio deste conteúdo, um verdadeiro dicionário sobre masturbação. Isso mesmo! Punheta, siririca, bronha ou qualquer substantivo que queira dar para este ato (que diz amigo meu: “é fazer sexo com a pessoa que você mais ama… você mesmo“). O assunto é muito bem abordado, com vários comentários, discussão sobre mitos e o melhor, contém um how-to (como fazer) que ninguém pode botar defeito.

Confesso ter ficado uma boa meia hora lendo e claro, vendo a cara de algumas pessoas que precisam (e muito) destas informações mas que morrem de vergonha só de pensar na coisa, seja porque acha que é pecado ou porque vai estourar um monte de espinhas na cara. Além disso, não pude evitar algumas boas risadas imaginando alguém andando com o how-to pela casa para praticar ou ainda levando as folhas impressas para a cama a fim de não perder nenhuma dica. Sensacional!

Tudo bem, está curioso não é? Então acesse o endereço http://www.coolnurse.com/masturbation.htm Só por favor, nada de levar para o banheiro hein :)

Tapa na cara (e bem dado)

Em 1992 aconteceu na cidade maravilhosa a ECO-92, uma oportunidade única para delegações de dezenas de países conhecerem e se esbaldarem nas praias do Rio de Janeiro. Quinze anos depois pouca coisa (ou nenhuma) mudou, mas algumas coisas ficaram e uma delas é um discurso de uma garota canadense para lá de pesado, um verdadeiro tapa na cara daqueles que lá estavam.

A garota não sei onde está. Pode ter sido assassinada pelos americanos ou ainda morrido de câncer devido ao monte de porcaria que produzimos, mas o vídeo do discurso (legendado) pode ser visto abaixo.

Eco 92 por pmichelazzo no Videolog.tv.

Think about

(Quase) passou e nem vi

Cinco meses. Cinco meses longe da feijuca, da pizza portuguesa, do cachorro-quente e da caipirinha. Cinco meses de VB, canco e LA. Já faz cinco meses longe do solo brasileiro e quase passa batido.

Mas não é por negligência ou falta de saudade (esta somente alguns poucos sabem o quanto é grande). É por absorção em outros temas e outras atividades.

O balanço é bom. Muita coisa já realizada, muita coisa já aprendida. Até mesmo a violência prevista para acender o caldeirão timorense não apareceu. Bom para mim e melhor para os filhos da terra que não terão que levantar mais um monumento à mortos como defronte do Ministério da Justiça.

Cinco meses… que coisa!

Resultados da Nova Zelândia

Comecei a trabalhar no DVD das imagens da última viagem para a Nova Zelândia. Confesso que é uma tarefa árdua, principalmente quando se tratam de aproximadamente 3 mil fotos e mais de 7 horas de vídeo. Cansativo mas vale a pena cada segundo das imagens.

O primeiro resultado é o trailer da produção (que chique!) que pode ser visto aqui.

iPod a manivela

As checagens diárias no shopping Internet sempre rendem bons frutos. No final de semana passado em uma breve pausa das tarefas com tempo para serem realizadas, abri minha ferramenta de RSS para verificar as “últimas aquisições” do dia e, no meio delas, S.O.S. Band veio para o já abarrotado iPod de boa música. Desta vez, um conjunto de quatro discos que há muito tempo não via e não ouvia, mas que trago na memória bons momentos de Stratos, Banana Power e claro, a Apô, inferninho classe B+ com a domingueira mais concorrida de todo o interior de SP.

Quando vejo o playlist do iPod me aterrorizo. Será que parei no tempo ou não apareceu nada que prestasse nos últimos 15 anos em matéria musical? Exceto o Jazz que insisto em amar compulsivamente e a MPB de qualidade que ando encontrando em alguns “sebos” espalhados pela rede, só existem músicas entre 80 e 95 no tocador. O que acontece? Estou ficando arcaico e o iPod com toda a sua tecnologia funcionando a manivela?

Ouvindo “The Finest” do S.O.S. Band ou ainda “Divine Emotions” do Narada Michael Walden certifico-me que não estou enganado; o que existe hoje não presta, mesmo! Duvido e faço pouco que qualquer ser dotado de um mínimo de compostura entre 20 e 35 anos que esteja em qualquer bar/boteco/boate/club de qualquer lugar ouvindo “The Finest”, não sinta o corpo inexplicavelmente começar a dar sinal de vida chacoalhando um pouquinho que seja de um lado para outro. E pior, se estiver com um copo na mão, estranhamente os cubos de gelo começam a saltitar dentro da bebida. Absurdo? De forma nenhuma, é música mesmo, da boa! Mas para dar um desconto, indico o novo CD do Bon Jovi que vai ser lançado no próximo dia 19. Está muito bom (não pergunte como já tenho que não conto :))

Para os “papais” de minha geração, uma compilação que vai fazer alguns pular, outros terem ataques de cólicas e outros ainda se levantarem correndo da cadeira com a lembrança do famigerado porre de domingo à tarde. Para aqueles que enfrentavam a bendita fila da Apô em dias de Derbi, um conselho: avisem antes a família sobre o que estão fazendo; a compilação saudosa da “entrada da casa” pode levá-lo ao enfarte.

Have You Ever Loved Somebody – Freddie Jackson
Don’t Look Any Further – M People
The Finest – S.O.S. Band
When Smokey Sings – ABC
Divine Emotions – Narada Michael Walden
Lean On Me – Club Nouveau
Body Talk – Imagination
Shattered Dreams – Johnny Hates Jazz
Don’t You Want Me – The Human League
Big In Japan – Alphaville
Smalltown Boy – Bronski Beat

Finalmente, o tiro de misericórdia: West End Girls – Pet Shop Boys

Enjoy!