Não vou entrar na retórica do quanto é bom ganhar da Argentina, seja no futebol, no vôlei, na bolinha de gude e até mesmo no fliperama. Sempre, sempre é bom, até mesmo de meio gol, tá valendo.

Nesta segunda-feira, domingo no Brasil, tive o prazer de assistir a seleção brasileira mostrar um futebol até interessante e devolver “los hermanos” com um segundo lugar lá para as terras do Prata. Esta façanha aconteceu graças a um canal indonésio chamado RCTI que transmitiu ao vivo este e a maior parte dos jogos da Copa América, principalmente os brasileiros. Claro que os flashes de intervalo com as peitudas vestindo sumárias blusinhas foram incansavelmente repetidos para o delírio dos marmanjos e tristeza das mocinhas, afinal, fartura aqui só de vulcão.

Mas o melhor não está no fato da seleção ganhar, haja visto que nos últimos três confrontos internacionais, ganhamos todos. Também não está tanto no fato que quase enfartei logo as seis da manhã quando, ainda dormindo, meu roommate berra na sala com aquela pintura de Júlio Baptista no ângulo adversário. O melhor mesmo foi assistir noventa minutos de futebol sem o imbecil do Galvão Mala Bueno. Gente, vocês não fazem idéia de quanto é bom isso!

O jogo foi transmitido com narração em inglês por um cara que duvido não falar alguma língua latina pois sua pronúncia dos nomes dos jogadores, coisa que sempre pega para qualquer profissional da área, era quase perfeita. Além disso, comerciais com aquele narrador global que não morre nunca e as chamadas do gordo mais imbecil do planeta ficaram há mais de 23 mil quilômetros daqui quando, no chegar da manhã em Dili, pude pela primeira vez assistir futebol e não um poço de asneiras que nem mesmo o célebre Sílvio Luiz era capaz de fazer (e olha que ele era dose).

E pelo visto não fui somente eu que assisti. Obviamente que fui obrigado a tirar minha camisa canarinho do armário e desfilar com ela nos corredores da UN e Ministério nesta segunda-feira onde surpreendentemente, ouvi dezenas de pessoas (isso mesmo, dezenas) me dando os parabéns e até mesmo pronunciando “Brasil” de uma forma meio inteligível e com sotaque de algum país do sudeste asiático. Eita orgulho viu! Acho que vou comprar o jogo completo de camisas :-)

Finalmente, não esqueça, tem coisas que nem a Mastercard faz por você, só a RCTI em sumir com o Galvão.