Minha velha bateu os sessenta anos e durante estes dias estava às voltas com um livrinho de aulas para passar no exame de renovação da CNH. Como sei que ela é atenta com estas coisas, fiquei com a pulga atrás da orelha e perguntei-a o que estava acontecendo. A resposta foi que precisava fazer o exame pois tinha atingido a idade limite. Mais uma vez achei estranho e resolvi procurar na Internet as informações e em menos de quinze minutos estava com o código nacional de trânsito em minhas mãos onde não consta nada disso, mas sim que a partir de 65 anos a renovação deve ser feita de 3 em 3 anos (o que ela depois confirmou ligando para o Detran; mulher de pouca fé).

Depois da historinha, fica o pensamento de quanto tempo levaria para obter uma informação fidedigna como esta antigamente sem a Internet? Dez dias? Quinze? Vai saber. Hoje, com a tecnologia é possível em poucos minutos (claro, se sabe-se procurar) encontrar qualquer coisa na rede. Magnífica, a tecnologia é uma ferramenta imprescindível em todos os sentidos. Mas…

Neste final de semana estive na loja Etna de São Paulo, uma home store onde é fácil perder horas e horas vendo um monte de coisas bacanas e tirando a tinta do cartão de crédito de tanto coçá-lo. Com minha companheira, caminhei pelos vários corredores vendo sofás, camas (que não gostei de nenhuma), abajures, estantes e todo o tipo de utensílio para combinar com os móveis que trouxe da Indonésia (eu não, o navio) para a casa que logo estamos levantando.

Numa das áreas da loja existe uma sala denominada “Etna relax” onde existem várias cadeiras eletrônicas de massagens disponíveis para qualquer um sentar, relaxar e claro, testá-las para futura compra. Como não sou chegado em massagens (já dito em outro post) ela resolveu experimentar e logo depois tive a certeza que os homens estão fadados a serem dizimados da face da terra.

Por quê disso? Respondo. Ela confidenciou que a cadeira é tão boa, mas tão boa que a sensação é a mesma de sentir as mãos nos ombros, nos pés, nas pernas, massageando-os. Diante disso a conclusão é simples: se a mulher tiver uma cadeira destas, um forno de microondas, um freezer, uma máquina de lavar, um seguro de carro que dá direito a troca de pneu, socorro mecânico, etc e um vibrador, para quê um homem gordo, feio e que ronca na sala depois do futebol?!?! Até mesmo a procriação está resolvida; basta ter uma carteirinha do SUS e ir à um banco de esperma para resolver o desejo maternal. Para piorar a situação, leio hoje na Folha uma pesquisa em que seis em cada dez europeus preferem o futebol à sexo. Triste sina.

Como consolo, após explicar-lhe minha teoria e ter sido lembrado da maltida mulher maravilha que vinha de uma sociedade que só existiam mulheres, ela arremata de forma singela: “mas homem ainda será necessário pois quem é que vai comprar a cadeira?”

Por uma cadeira….