Cambridge UniversityQuando digo que nada tenho a fazer nos EUA, muitas pessoas acham que sou xenófobo ou coisa semelheante. Até certo ponto isso é verdade pois de todos os amigos, colegas, companheiros e etecetera, tenho somente um americano. Não gosto da cultura, não gosto do american way of life e tampouco acredito que são grande coisa. Falta uma cultura sólida, falta respeito por outrem e falta, principalmente, humildade.

Em contrapartida, sou apaixonado pela Europa. O continente como um todo fervilha de história, de idéias, de cultura. Mesmo com os problemas volta e meia apresentados principalmente quando o assunto é “estrangeiro”, a Europa é algo impressionante. Que lugar poderia permitir, por exemplo, ter a sede de uma das maiores igrejas do mundo (Vaticano) dentro de um país com um número de homossexuais tão grande (Itália) e assim mesmo conviverem de forma harmoniosa (até onde isso é possível)?

Um exemplo do porque gosto tanto da Europa é este: a Universidade de Cambridge está fazendo somente… 800 anos! Uma das melhores universidades do mundo e celeiro de descobertas magníficas da ciência como a divisão de átomos e do DNA, ela é hoje também a instituição que mais “produz” ganhadores de prêmios Nobel em todo o planeta (até agora, 84). Se não bastasse, por seus bancos passaram Issac Newton, Charles Darwin, Stephen Hawking e até mesmo o fundador de Harvard e outros do mesmo naipe.

Num ambiente como este simplesmente respira-se história. O mesmo ocorre em Berlin, Praga (linda), Viena, Londres e Roma. Diante disso, como fazer um paralelo com qualquer coisa dentro do “novo mundo”? Só para comparação, quando nós fomos “descobertos” pelos senhores de DNA podre, a universidade já tinha quase 300 anos. Impensável!

Não, não me esqueci dos Incas, dos Astecas e dos Maias. Não é possível esquecer Machu-Picchu e Chitzen-Itzá e até mesmo impossível esquecer Brasília. Mas o comparativo entre os dois lados do Atlântico são impossíveis muitas vezes, principalmente devido a forma como fomos “descobertos” e a cultura que temos de não preservar, não cuidar e principalmente de achar que educação é algo “caro e custoso”. Andamos por cidades como São Paulo, Rio, Recife e Belém e vemos somente sujeira e descaso. Nada cuidado, nada restaurado. E aí, o que acontece? Achamos lindas Washington D.C., NYC e Miami que são tão “crianças” quanto nós.

Resta então para aqueles que gostam de História, ir para o velho continente e quem sabe dar uma corridinha neste templo de cultura para compreender que somente estamos de passagem por aqui mas que o legado fica.