Sempre me perguntei o quão necessário é o staff de recepção de hotel. Além de realizarem o check-in e check-out de hóspedes, lá estão para….?

Pois ontem tive a resposta. Para participar de um evento em Viena, resolvi abandonar hostels e AirBnb e procurar uma alternativa diferente. Acabei encontrando um apart-hotel inteligente chamado Aparthotel Smart Apart Living que simplesmente não tem staff; ninguém na recepção, ninguém na portaria, ninguém em lugar nenhum.

Minha primeira reação foi de estranheza pois o costume nos faz pensar logo de cara que isso não seria possível; vandalismo, furto e aproveitamento além do justo das instalações, é a primeira idéia que se tem. Mas numa sociedade onde não se gasta dinheiro com funcionários para cobrar a passagem do transporte público (os trocadores/cobradores) e todos pagam, estes pensamentos estão fora de questão.

O check-in é realizado em uma máquina parecida com um ATM onde digita-se o número da reserva, confirma-se os dados pessoais, assina-se digitalmente a entrada e depois ela cospe a chave do quarto e o recibo da fatura. Nenhuma palavra num processo que não levou mais que três minutos. No quarto, tudo o que se precisa como um hotel qualquer. E se precisa de algo mais? Uma simples ligação telefônica (em seis idiomas) ou um e-mail resolvem.

Penso que ainda existem hotéis e pessoas que precisam de uma recepção, seja para realizar o processo, seja para “ver alguém” e sentir-se seguro. Eu até me sinto confortável com esta situação mas não posso mentir: ela é muito impessoal, muito “gelada”, muito “alemã” (sem estar bêbada, claro).

Mas existe algo que me incomoda mais; mesmo trabalhando com tecnologia, esta automatização assusta principalmente no momento onde a Comunidade Européia começa a discutir um draft de lei que leva certos autômatos ao nível de “pessoas eletrônicas”, os quais teriam direitos e deveres. Será que não estamos abrindo muito espaço para que a “Skynet” torne-se realidade?