Curioso que sou, final de semana passado tirei a prova dos nove sobre uma questão que me pertubava há tempos. Muitos de meus colegas aqui em Timor possuem uma religiosidade contundente quando falamos de massagens. Vão todos os finais de semana fazer “sessões de relaxamento” e retornam sempre comentando as benesses de tal atividade.

De antemão já digo: não gosto de nada que prenda ou aperte. Não uso relógio, não uso pulseira e tenho verdadeira paúra de calças, as quais somente uso por questões laborais. Então a massagem certamente seria algo que entraria na lista das indesejadas.

Dito e feito! Fui junto com um amigo, assíduo frequentador ao afamado Cozy, lugar bem arrumado e profissional onde reina o silêncio e o barulhinho de água rolando pelas paredes de vidro. Lá chegando, sou prontamente chamado para a minha sessão de uma hora e meia, da qual dizia meu chapa que iria sair “nas nuvens”.

Sim, saí nas nuvens… de raiva e com a cabeça pensando em quinhentas maneiras de amputar os braços da massagista. Foram noventa minutos de tortura física e psicológica onde, deitado em uma maca, mais parecia um monte de carne sendo batido para virar bife. Sentia os dedos duros cutucando meus ossos e meus órgãos a tal ponto que duvidava sair de lá com alguma junta da espinha colada com a outra ou sem tirar meu velho e conhecido braço direito do seu devido lugar. Pior, não podia falar ou xingar ninguém pois o local era de absoluto silêncio, mais parecendo o céu com suas cortinas e pessoas de roupas brancas (neste momento tenho a certeza, ou o céu não é branco ou aquilo é o inferno disfarçado). As costelas gemiam com o esforço, os músculos se contorciam e eu, olhando para o chão, simplesmente tentava compreender o que passou pela minha cabeça de fazer aquilo… e pagando!

Claro que a profissional culpa não possui no episódio. É bem treinada e acredito que faz o serviço efetivamente como deve ser feito. Então me resta somente entender como posso suportar a dor de tirar o braço do ombro, rir da situação e não aguentar as “dedadas” da moça. Creio que faltou (ainda bem!!!) um pequeno detalhe: carinho.

Massagem, em meu ponto de vista mesquinho, não é algo para ser feito por profissional, mas sim por “pessoal”. Ela não deve ser usada como método de tortura, mas sim como relaxante efetivo ao estresse e cansaço do dia-a-dia. Claro que não é possível sempre ter a mão pessoal percorrendo o corpo mas isso não é motivo para se sujeitar a tal aberração.

Já ouço muitos dizendo que sou louco o que não sei o que é bom. Desculpem-me meus caros mas eu sei muito bem o que é bom e podem ter certeza que não é nada disso. Na verdade, penso que quem não sabe o que é bom, são vocês ;)