Longe da droga social há muito tempo, tive que retornar ao Facebook para encontrar alguns grupos de interesse, mas já mensuro se vale a pena.

É fato que o Facebook degringolou. Da mesma forma que antigo Orkut e de outras tantas redes sociais, ele não é mais o mesmo. A quantidade de lixo é tão grande que durante anos fiquei fora da rede pois não suportava a latrina eletrônica.

Porém há algum tempo entrei em modo de warm-up com o hobby que mais amo; o radioamadorismo. Coloquei meu site sobre o assunto no ar, comprei alguns equipamentos que sonhava ter desde adolescente, renovei meu prefixo e aguardo pacientemente (mas não tanto) o momento de levantar a torre em cima da oficina e mandar 500W de potência nos liquidificadores da vizinhança.

Mas dizem que radioamadorismo é coisa de velho. Tenho que concordar em partes pois a esmagadora maioria dos operadores estão na minha faixa de idade. Viemos de uma época onde a telegrafia ainda era usual e modos digitais, raríssimos e atualmente, a geração “tik-tok” não quer saber dele ou de coisas complexas, mas sim do consumo de lixo digital.

Esta turma teve e ainda mantém conta no Facebook, onde trocam “figurinhas” sobre o hobby e assuntos relacionados. Então, mesmo a contragosto, criei uma nova conta e lá estou (até quando não sei).

No Facebook é radioamadorismo, ponto

Tenho uma conta no Instagram que por vezes posto algo. Nunca acessei, sequer uma única vez o tik-tok. WhatsApp na maior parte do tempo, considero como ferramenta do diabo. No Twitter, sou mais ativo mas até dele ando cansado. Em resumo, sou um Neanderthal no século XXI.

E isso não me incomoda de maneira alguma, pelo contrário. Adoro o low profile, adoro minhas casas, amo minha mulher e o convívio diário que tenho com ela e prefiro ter amigos que conto nos dedos de uma mão a ter milhões de seguidores que não passam de um número.

Diante disso, é obvio que possuo poucos “amigos” no Facebook e não seria para menos. Toda vez que recebo um “invite” de pessoas que não são radioamadores, simplesmente ignoro pois não vejo nenhum motivo para me “conectar” com pessoas que conheci há décadas. Conversar sobre o quê? Pêlos que ficaram brancos, pinto que caiu ou dores nas juntas? Por favor né!

Alguns já perceberam isso e me enviaram mensagem “poxa, não vai me aceitar como amigo”? Não, não vou. É radioamador ou “PX”? Se não é e quer saber como estou e o que ando fazendo, envie um e-mail. Adoro escrever e sempre respondo e-mails. No restante, “foda-se mode on”.

Limites

O escrito acima pode parecer arrogante ou mesmo falta de educação. Decerto pode, mas pouco ligo para o que pensam. Quando eu morrer, ninguém vai se oferecer para entrar junto com meu corpo dentro do forno do crematório. Então, porque deveria pautar minha vida baseado na opinião de terceiros?

Ao longo de quase dez anos vivendo na Europa, aprendi muito. Uma das coisas mais interessante foi aceitar “não” como simplesmente o que ele é; não. Pessoalmente não tenho nenhum problema quando convido um amigo para tomar uma cerveja e ele responde simplesmente “não”. Isso não é ofensa para mim, não me magoa, não é falta de educação e tampouco fico questionando porque da negativa.

Isso é o oposto do que acontece no Brasil. Falar não para alguém é, na maioria das vezes, ofensivo. Parafraseando um colega, “cada um com seus pobremas”. Minha conta e perfil no Facebook é para me conectar com alguns amantes do hobby e me atualizar com as novidades do mesmo, afinal, depois de quase vinte e cinco anos fora do ar, preciso reaprender muita coisa.

Então, se você é PX ou HAM, dê uma passadinha por lá. O link para o perfil está aqui. Se não é, envie um e-mail :)