Mês: março 2011

Human Planet

Já rendi aqui algumas palavras para a BBC e não é por acaso. Eles são realmente fantásticos.

Dê uma olhada neste vídeo (dica: se tiver banda, assista em tela cheia com resolução máxima em HD).

https://www.youtube.com/watch?v=2HiUMlOz4UQ

A bouça oculpada

Dizem que o pior cego é aquele que não quer ler. Tenho que concordar com a frase pois não consigo imaginar algo pior. Mas a cegueira não é somente aquela da visão. A da educação também pode ser colocada neste rol e normalmente é muito pior que a ocular.

Ter problemas com a língua portuguesa não é feio. Muita gente tem (inclusive eu). Palavras como lida, sanca ou até mesmo pergolado, aquelas que pouco usamos no cotidiano sempre pregam peças até mesmo nos mais eruditos. Mas existem algumas coisas que são inaceitáveis.

Dias atrás Josué (nome fictício) me pergunta no Facebook se eu estava “oculpado” para fazer um projeto. Confesso que não respondi pois meu nível de tolerância anda tão baixo com este tipo de coisa que preferi ignorar a dar uma resposta daquelas. E pensando na resposta, perguntei em meu twitter, o que deveria fazer sobre isso. Algumas dicas são muito interessantes:

“fala pra ela que vc ADIMRA muito seu esforsso!” (by @alemenon)

“Seja magnânimo e “declupe”” (by @anahuacpg)

“Mata a pedrada” (by @hadesjunior) <- gostei desta ;)

“pede desculpa, e procura outra…sem culpa…” (by @adriano_campos) <- hilária

“Que não pode “experar”” (by @dwalisson) <- boa também

“Se ela está com alguma culpa, basta desoculpá-la” (by @Kl0nEz)

A coisa anda tão feia que estou pensando seriamente em escrever um “dicionário do português chulo”, algo como um tutorial de como você deve interpretar determinadas palavras cuja ortografia dói nos olhos e fazem o cérebro entrar em parafuso. Por quê disso? Bem, quando alguém escreve “bouça”, o que você deve pensar?

Dureza não?

Rebola boleto

É isso aí. Acaba o feriadão e além da ressaca desgraçada por causa da marvada e aquele sentimento de culpa pelas besteiras que fez nos dias de folia, como se vestir de mulher, tomar todas, acordar na sarjeta ou não lembrar o nome do cara com quem acordou no dia seguinte, o day after traz outro problema: pagar contas. A grande maioria dos brasileiros tomam uma verdadeira dose de alucinógeno nesta época e por incrível que pareça acontece uma amnésia coletiva. Até mesmo os bancos deixam de trabalhar e… cobrar contas.

Como você é um destes que perdeu o prazo e já está tomando paracetamol só de lembrar que tem aquela fila imensa do banco para pagar o boleto atrasado, deixe eu lhe dar uma forcinha. Existe na Internet uma ferramenta para você reescrever o código numérico dos boletos vencidos de forma que os netbankings aceitam sem problemas. Assim você não precisa enfrentar aquela monstruosa fila só para pagar suas contas.

Como funciona? Assim:

Você entra no site do reBoleto clicando aqui e com o boleto atrasado em mãos, digita os números nos espaços correspondentes. Nos campos multa e juros, informe as porcentagens ou valores correspondentes. Feito isso, coloca-se a data de pagamento (hoje ou futura) e… bam! Está criada uma nova linha de números que vai usar para o pagamento. Simples não é?

Aí você pode perguntar: mas isso é válido? É correto? Sim, é. Simplesmente é gerado um novo número para os dois últimos campos do código. O primeiro campo é um dígito verificador e o segundo, o valor a ser pago e a data de pagamento. Os demais campos ficam inalterados.

Claro que se você não informar os campos de multa e/ou juros, a linha vai ficar errada quanto ao valor e depois terá problemas. Este sistema NÃO É para você sacanear ninguém, mas somente evitar que pegue aquelas filas absurdas nos bancos somente para o caixa fazer a mesma coisa que o reBoleto faz: recalcular as duas últimas casas.

Gostou não é? Então pegue um pouco da grana que ia gastar com estacionamento, gasolina e tempo e faça uma doação para o cara que criou o reBoleto. Ele certamente vai agradecer e muito!

Manhã 07/03

É quando o sol vai quebrando
Lá pro fim do mundo pra noite chegar
É quando se ouve mais forte
O ronco das ondas na beira do mar

Manhã de sol na praia do Campeche - Floripa

Blues novinho com jeito de antigamente

Muita gente não gosta de blues porque tem aquela visão dos negros americanos e seus cânticos religiosos. Blues tem suas raízes nisso mesmo mas não podemos esquecer de Eric Clapton ou ainda B.B.King em suas gitarras infernais que fizeram história e levaram o blues para um patamar muito acima do que simplesmente “cânticos”.

Dias atrás estava assitindo uma de minhas “novelas”, o seriado House M.D. na Universal e as cenas finais de um dos episódios era acompanhada de um belo blues que não conseguia identificar se era algo “das antigas” ou ainda algo do chamado Chicago Blues que não tanto conheço. Procurando na web, algumas pessoas tiveram a mesma curiosidade que eu e acabei descobrindo os pais da criança. Trata-se de uma banda nova nascida na Flórida (quem diria) chamada JJ Grey & Mofro que segue os passos dos grandes do blues e mesmo sendo branquinho seu vocalista, a força de sua voz e o jeito de cantar lembra em muito o antigo blues do delta do Mississipi.

A banda está em turnê nos EUA e poderia ser uma das convidadas para algum destes eventos como Free Jazz Festival (ainda existe isso?). Certamente o público iria adorar.

Quer ouvir? Clique aqui e faça o download da faixa The Swettest Thing do último disco deles. Vale a pena.