Mês: outubro 2007

La Barca

Mesmo com a chuva torrencial que caiu em Dili hoje (estava precisando viu), a cidade ficou quente após o meio-dia. Passando em frente ao Palácio Presidencial avisto uma enorme cortina de fumaça subindo do mar. Algo no mínimo estranho.

Trânsito parado e muita gente empoleirada no paredão que segura as águas para não invadirem a rua, eis que vejo uma barca em chamas. Mais que depressa corri para casa a fim de pegar a Canon e tirar algumas fotos.

A barca queimando

O mais interessante é que mesmo estando cerca de 50 metros mar adentro, o incêndio era tão grande que sentia no rosto e braços o calor vindo do mar. E os bombeiros, coitados, nada podiam fazer a não ser deixar queimar, afinal, além de estar sendo totalmente consumida pelas chamas, estava na água e seria perda de tempo jogar mais água em cima!

A barca queimando

E de quem era a barca? Dizem que era do Major Alfredo Reinado, um dos timorenses supostamente envolvidos nos problemas e mortes ocorridas ano passado em Dili. Se era dele não tenho certeza. A única que tenho é que “era” pois dela nada mais existe.

A barca queimando

Operação apache

Chamamos de “Operação Apache” quando fazemos aquelas coisas meio “de índios”. Sem precoceito nenhum mas tem coisas que só índio mesmo. E neste final de semana vem mais uma Operação Apache.

Aproveitando que é feriado duplo em Timor (dia 1, Todos os Santos e dia 2, Finados) encavalado com um final de semana, armo a mochila e vou de ônibus com o fiel escudeiro George para Kupang, capital da provícia de Nusa Tenggara Timur. Distante cerca de 12 horas de Dili, é um lugar que tem… Honestamente não sabemos o que tem lá a não ser a informação que existe um KFC e um restaurante que serve lagostas a US$ 3,00. De resto, icógnita.

Mapa até Kupang

Por isso mesmo é chamada Operação Apache. Não sabemos como está a estrada, onde vamos dormir, onde vamos comer, o que vamos fazer. Este é o verdadeiro “programa de índio” mas tenho que confessar que é melhor fazê-lo que ficar quatro dias moscando em Dili. Sempre gostei deste tipo de programa e prefiro ele a sair para uma casa noturna ou barzinho. Hoje em dia a música alta, a barulheira e a baderna não me atraem e cada vez mais prefiro programas “de índio”. Além disso, nunca iria vir do Brasil para Kupang, não mesmo!

Mas intenções temos. Assim que chegarmos vamos tentar arrumar um vôo até a ilha de Flores para ver alguns vulcões (tem vários) ou ainda para Komodo, terra dos lendários Dragões de Komodo que são aqueles lagartões com cara de pré-história. Se não conseguirmos, paciência, valeu a estrada e as fotos que vão ser tiradas.

Entonces, de 1 a 4, necas de nada. Estou na estrada novamente. Penso inclusive que esta é preparação para o dia nove quando pela primeira vez vou fazer uma viagem grande sozinho. O roteiro: Malásia, Tailândia, Laos e Vietnã. Dois terços de um sonho de criança realizado. O terço faltante, em janeiro.

Até

Em questões paralelas

ValerieNão pense que abandonei o blog. Ao contrário, estou recuperando posts do ano passado que estavam no blog antigo e colocando neste. Um trabalho enorme e demorado. Enorme porque é um tal de copia e cola que não está escrito e demorado porque a cada post, páro e leio novamente o que escrevi numa verdadeira sessão nostalgia. Muito gostoso isso.

E no meio desta tarefa ainda sobra um tempinho para o shopping internet. A nova aquisição chama-se Valerie Joyce, uma jazzista sino-americana dona de uma voz que dá vontade de sentar num daqueles cafés ou restaurantes bacanas como o Terraço Itália em São Paulo ou ainda o La Gloriette em Viena e ficar horas ouvido a mulher.

O último CD dela, The Look Of Love (The Music of Burt Bacharach) é uma coletânea de músicas conhecidíssimas de grandes artistas que ela interpreta em um piano, bateria e voz maravilhoso. Vale a pena procurar (na Amazon já tem à venda).

Eu também não sei

Não me pergunte como a microlet sai do lugar porque eu também não sei.

Microlet

Voltando à lida

Templo de Uluwatu com vista do Oceano Índico

Templo de Uluwatu com vista do Oceano Índico

Parece mesmo que feriado é feriado em qualquer lugar do mundo. Bali estava simplesmente infernal pelas comemorações do término do Ramadã. Acho que todo mundo resolveu tirar a barriga da miséria depois de um mês de jejum. Kuta com um trânsito digno de volta às aulas em sampa, hotéis lotados, lojinhas apinhadas de gente e claro, um calor que dá medo.

Mas mesmo com tudo isso os quatro dias de descanso foram proveitosos. Além de muita cerveja, boa comida (e bota boa nisso), alguns passeios em lugares que não conhecia, as compras. Pela primeira vez meu lado feminino atacou e fui às compras de forma a dar inveja em qualquer socialite brasileira. Sacolas e sacolas nas mãos cheias de peças para casa, incensos, almofadas, imagens e tudo o que era bonito e barato. Minha sorte foi não poder passar muito o limite permitido de bagagem na companhia aérea pois caso contrário sairia de Bali com um contêiner abarrotado de coisas. Tudo é lindo, tudo é bem feito, tudo é barato.

A viagem rendeu cerca de 180 fotos. Pouco para quem normalmente clica este número por dia nos novos lugares. Acho que estava mais crítico e ao mesmo tempo sem muito tesão para as imagens. Mesmo assim algumas fotos ficaram magníficas e podem ser vistas no álbum especial desta viagem clicando-se aqui. Vídeo, somente quinze minutos que vão ficar guardados para serem somados com outros 45 (pelo menos) de outras passadar por lá. Assim ao menos é possível criar um DVD sobre Bali.

Agora é voltar para a lida e começar a planejar a próxima daqui há trinta dias. Esta, um sonho que tenho desde criança e que agora vou poder realizar. Isso é claro, se os tufões resolverem parar de assolar o Vietnã e Laos. Caso contrário, vou ver que mudar a rota para outro lado pois não estou a fim de sair rolando no meio de um turbilhão de água.

Cá bem-vindo!

Feriadão com descanso

Massa Inn Hotel - Kuta Beach - BaliMuito bem. Aqui do outro lado do planeta também é feriado no dia 12 mas ao contrário do Brasil onde é comemorado um feriado católico (Nossa Senhora, Padroeira do Brasil), esta região comemora o Eid ul-Fitr que marca o fim do Ramadã, mês de jejum para os mulçumanos. O importante é que não importa (boa esta não?) se é feriado católico, mulçumano ou dia das crianças. O que importa é que estou de saída para Bali a fim de pegar quatro dias de descanso na beira da praia só fazendo palavras cruzadas.

Então, já sabe; nada de post até segunda feira, nada de computador (que inclusive fica em Dili dormindo um sono merecido) e nada de artigo técnico no site profissional. Em contrapartida desta vez venho com centenas de fotos da ilha mais simpática da Indonésia para o deleite do povo.

Abraços e até a volta.

A cara do FDP

Tem coisa mais ordinária que uma pessoa que abusa de crianças, principalmente sexualmente? Duvido que tenha e para mim é tão ruim (ou pior) que genocídio. Para pessoas assim, execução sumária seria o mínimo aceitável.

Venho neste assunto porque recebi uma mensagem pedindo o auxílio de quem fosse para a captura de uma maçã podre. A polícia federal alemã (Bundeskriminalamt) conseguiu por meio de software retirar efeitos colocados em fotos postadas na Internet de um criminoso sexual e procurado pela Interpol. Uma técnica no mínimo interessante pois os efeitos distorcem totalmente a imagem, tornando-a irreconhecível.

Era meu nego, era irreconhecível. Depois dessa, só falta achar o safado que se fotografou abusando de crianças. E depois, preferencialmente, deixá-lo em algum presídio de São Paulo por uma semana. Vai virar uma verdadeira couve-flor.

Para ver o perfil do safado, a retirada dos efeitos das fotos e também o aviso de busca do cara, clique aqui. Se você já o viu, envie uma mensagem para a Interpol pelo formulário do site. Ajude a tirar mais este lixo da sociedade. As crianças agradecem.

Reclama vai

A sequência de fotos a seguir serve para dar uma idéia do que é o sistema de transporte “público” no Timor-Leste e foram tiradas no último final de semana.

Microlet

Este micro-ônibus é chamado de Microlekt e faz a “linha” entre Dili e Baucau, a segunda maior cidade do país distante cerca de 150km. As pessoas, como é possível ver, viajam dentro do ônibus, em cima, dependuradas e onde mais conseguirem. Vale até no colo do motorista, conforme a dondoca :) e pagam por isso entre US$ 1 e US$ 3, o que também varia de acordo com a boa vontade do cobrador.

Microlet

Está impressionado? Pois então agora vem o melhor: esta viagem dura cerca de cinco, isso mesmo CINCO horas entre as duas cidades, sendo realizada pela “auto-estrada” Dili-Baucau que está assim:

Microlet

No meio da estrada, claro, é necessário fazer ultrapassagens como em uma estrada qualquer. Aí, o que acontece? Uma “pende” para um lado e a outra “pende” para outro.

Microlet

Já deve estar pensando na quantidade de acidentes não é? Pois não é difícil ouvirmos relatos de microlekts que despencaram barranco abaixo (normalmente são mais altos que um prédio de 10 andares) com todo mundo dentro, fora, em cima e onde mais estiver. Tanto é fato que um dos nossos técnicos do Ministério retornou hoje ao trabalho depois de rolar 100 metros “microlekt abaixo” em uma curva onde um pneu estourou. Sorte dele que foram somente 35 pontos na cabeça e um braço quebrado.Como não existe transporte público verdadeiro e tampouco fiscalização, vamos que vamos e deixamos na mão de Deus o próximo quilômetro.

E você ainda reclama das van’s brasileiras?

Remix, a lot

Eu gosto muito de remixes. Aquelas músicas que modificadas chegam a se tornar não uma nova versão mas também uma nova música. Lembro-me da época das boates Banana Power (velha hein!), Stratosphera (onde comemoramos a vitória da gincana do Pio XII com a equipe statos em 1988), Apô (claro!), Golden Nugget e a mais simpática delas, Sky (ou Skybird) de Paulínia. Remix nesta época era algo complicado de se conseguir no Brasil, mesmo sendo algo comum no mercado americano, europeu e japonês e os discos eram comprados a peso de ouro.

Graças a Internet tenho uma coleção invejável de remixes hoje em dia. Dentro de meu iPod (e do ITunes) são mais de 4 mil músicas de todos os tipos, inclusive alguns nacionais que por um período foram feitos por alguns DJ’s de SP e Rio. Muito bons e que não deixam nada a desejar para os grandes “remixers” mundiais. Mas claro, sempre falta “aquela versão” ou ainda “aquela música” que ouvi há anos atrás mas estava perdida no meio das memórias.

Hoje, não sei como, acabei caindo em um blog que o cara posta com alguma frequência remixes de várias músicas. Acredito que como eu deve ser um colecionador mas como ele tem conexão de alta velocidade disponível, pode compartilhar com o povo. O blog chama-se MixPod e mesmo sem design nenhum, tem cada pérola que só quem conhece pode dizer o valor delas. Na busca me aparece um CD do Rick Astley lançado no Japão só com remixes. Meu amigo, que coisa mais bela. Mas ele também tem coisa nova (novíssima eu diria). Por exemplo, o último single de Seal a ser lançado no mês que vem já está disponível. Coisas do shopping Internet.

Se você também gosta dê uma passada por lá e deixe um comentário no blog. O cara parece que adora quando falam com ele. Deve se sentir um pouco solitário ;)