Mês: fevereiro 2006

O Chile torna-se a melhor opção

Neste domingo o Chile, um dos únicos países sul-americanos que não possui fronteira com o Brasil (o outro é o Equador) está de presidente novo, ou melhor, presidenta. Com a maioria das urnas apuradas, a candidata socialista Michelle Bachelet é eleita com aproximadamente 54% dos votos válidos, sendo a primeira mulher a assumir o cargo máximo do paí­s e com a função de dar continuidade à uma polí­tica voltada ao povo que dura 16 anos colhendo bons frutos e que levou este paí­s a condição do melhor existente na América do Sul para viver.

Com uma população estimada em 16 milhões de pessoas, o Chile saiu de uma das mais violentas e sangrentas ditaduras militares ocorridas no século passado em nosso continente (pior inclusive que a brasileira) comandanda pelo general Augusto Pinochet, para se tornar hoje um paí­s próspero, com uma renda per capita invejável de US$ 10.400 e um crescimento vertiginoso de 5,8% ao ano (2004).

Enfiado entre o Oceano Pací­fico e a Cordilheira dos Andes e com pouca terra útil, ele se torna uma opção mais que interessante para os chilenos e outros povos latinos devido a qualidade de vida (mortalidade próximo a zero e espectativa de vida de 78 anos), a economia forte e a educação de altí­ssima qualidade conseguidas por meio da especialização em áreas de serviços e telecomunicações. Esta máxima é tão verdadeira que a taxa de migração do paí­s é simplesmente zero para cada 1000 habitantes, sendo igual aos países escandinavos, por exemplo.

A eleição hoje de Michelle Bachelet vem solidificar a polí­tica que reduziu para algo em torno de 20% a quantidade de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza e principalmente o respeito pelo cidadão com parte do todo onde, por exemplo, tanto o serviço militar quanto o voto são compulsórios e o acesso a educação, desde sua base, quase que obrigatório. Este conjunto faz certamente a diferença em qualquer sociedade.

Felicidades ao povo chileno e aos meus amigos de lá pela ótima escolha (uma mulher, principalmente). Pena meu paí­s ainda não ter acordado para coisas assim e continuar mantendo as correntes da pobreza bem atadas na maioria da população, perpetuando uma polí­tica neo liberal que somente aprofunda a vala social existente entre ricos e pobres. Aqui, resta esperar ou… mudar para lá.

Hasta pronto!

Genocídio cerebral

Todo começo de ano é a mesma coisa. Os periódicos nacionais que acesso diariamente para ler notí­cias são inundados com matérias da São Paulo Fashion Week, uma semana de moda (moda?) que dizem ser o grande termômetro do que é belo ou não nos shoppings dos grandes centros.

Bem, não resisti a curiosidade das chamadas extravagantes nas matérias e resolvi dar uma espiada para ver o que é tão fashion assim. Confesso que me senti um verdadeiro analfabeto em moda. Para começar, descobri que o significado de fashion no mundo deles é diferente do que aprendi. Os jornalistas (são mesmos?) teimam em usar o substantivo como um adjetivo: fashion é legal, é jóia, é bonito, é charmoso. Matam a gramática e fazem meus neurônios saí­rem correndo para ligar A com B passando por D e fazendo uma parábola inimaginável dentro da cuca para dizer que fashion não é moda, mas sim tudo isso aí­.

Depois de um princí­pio de colapso cerebral, vieram os nomes mais estranhos que poderia conhecer (ou desconhecer): leggings, patchwork, calda-de-sereia, sarruel e outros tantos que deixam outro conjunto de neurônios desesperados procurando informações no “google” de minha cabeça, sem encontrar respostas para os mesmos. Diante deste genocí­dio cerebral, teimo em não querer saber os nomes dos estilistas para não ampliar a carnificina :-)

Com se não bastasse, existe obviamente o tom “descolado” (não saiu de lugar nenhum não, descolado é… sei lá o que é) de escrever ou falar:“Como é uma roupa muito cuidada, quase de ateliê, eu quis um espaço mais industrial para dar uma quebrada” (entendeu???), ou ainda questões antagônicas como: “O estilista não abusou muito na cartela de cores, utilizando principalmente o branco, marrom, xadrez de lilás com amarelo, verde e preto” Não abusou? Isso é um arco-íris. Só faltou dizer que TV Panasonic com mais de 16 milhões de cores é “básica”.

Resultado final: vai ter enterro coletivo esta noite em minha cabeça e uma verdadeira auréola de luz me acompanhando no sono devido a quantidade de velas que vou ter que acender para os finados. Depois dessa, vou dar um descanso à mim mesmo lendo a teoria da relatividade de Einstein. Pelo menos é algo onde substantivo continua sendo… substantivo.

Vida difícil

Eu ainda preciso dar uma zanzada na Inglaterra para conferir de perto algumas questões estranhas para mim, tais como os ônibus de dois andares, a troca de mão de direção (para quê isso?) e, principalmente, a ávida necessidade que os ingleses em falar sobre sexo. De cada 10 pesquisas que vejo sombre o tema, pelo menos 6 são feitas em terras inglesas.

Essa última me interessou muito pelo aspecto profissional. Pesquisadores ingleses chegaram a conclusão que Sexo ajuda a “aliviar tensão” antes de falar em público e, um deles comenta: “Os participantes que tinham feito sexo com penetração antes do teste apresentaram os menores ní­veis de estresse, e sua pressão voltou ao normal mais rapidamente.” Pelo estudo, os hormônios ligados ao prazer sexual agem em partes do cérebro que reduzem os ní­veis de estresse.

Mas obviamente que nem tudo são flores. Um outro psicólogo, da vertente contrária (deve ser eunuco, coitado) comenta: “Você vai se sair muito melhor se estiver bem preparado e se pensar com cuidado no que vai dizer do que se tiver relações sexuais na noite anterior”. Bem, sair melhor eu não sei, mas que não é a mesma coisa não é :-)

Bem, depois dessa preciso arrumar uma namorada para viajar junto. Com a quantidade de palestras que faço, vou judiar da coitada.

Clique aqui para ver a notícia.

A voz

Fim de semana com uma alegria daquelas. Encontrei uma ferramenta para “salvar” um disco rígido que continha nada menos que 7 mil músicas. Pérolas das mais variadas tendências que consegui guardar durante anos de procura na web, principalmente na antiga ferramenta napster (a percussora das ferramentas P2P).

Dentre elas, encontro uma série de Frank Sinatra. Não sei porque mas sempre gostei dele, fosse pela voz, pelo talento, pelo jeitão de rebelde ou sei lá o quê, mas simplesmente o cara era “O” cara. Cantando com as melhores vozes de sua época (mas que não chegavam aos pés da sua), Sinatra foi certamente um marco na história musical. Só lamento não ter nascido antes para poder, por exemplo, assistí­-lo no Maracanã quando veio ao Brasil na década de 80 (lembro-me disso, que coisa!)

Enfim, era o cara que um apelido resumia o que significava: “A Voz” (The Voice)

Quer uma sequência para lembrar os bons momentos? Veja esta:

My way
New York, New York
Singing in the rain
Strangers in the night
Witchcraft
Young at heart

Chega, senão os “titios” acabam morrendo de vontade.

Novo blog ou blog novo?

Só mudou de casa. O conteúdo continua leve como uma pena em alguns momentos e pesado como chumbo em outros. Mas que o design ficou mais interessante (à mim pelo menos), ficou.

Muito bem, casa nova para o blog!
Há algum tempo venho querendo mudar de “casa”. Na verdade, o software que faz a gerência do blog. Não que seja ruim, pelo contrário. Ele conta com funcionalidades que o atual não tem. Mas o grande problema é manter dois bancos de dados separados sem integração. Isso acaba comigo pois perco tempo e principalmente organização.

Então, trocando a plataforma e migrando para uma única, temos o mesmo blog mas com tudo numa base só. Para o leitor, nada muda (somente algumas novidades legais para alguns que abaixo conto) mas para mim muda muito.

O blog antigo vai ser migrado para cá, ou seja, todas as informações que lá estavam, devagar estarão aqui. No momento, só alguns novos posts são trazidos para cá devido falta de tempo. O trabalho me anda consumindo muito e estar agora na Mambo Foundation me come um tempo enorme, principalmente fazendo a documentação para o Brasil. Mas dizem valer a pena e que dentro de alguns meses poderei ir mais a praia do que ando indo (será???). :-)

By the way, a plataforma agora traz uma ferramenta de RSS muito boa, a qual permite que a pessoa leia os posts sem a necessidade de entrar no site. Isso é bom e ruim, claro. Bom porque o leitor ganha em velocidade (não precisa entrar no site) e ruim porque perco os leitores que vem ao site ler. Mas não morro por isso, acho que a facilidade para quem lê tem que estar acima de tudo. Não sabe o que é RSS? Clique aqui e vai saber.

Bem, é isso. Toca trabalhar senão deixo de pagar a Saelpa :)

Até

Encerrando o guia do viajante

Há algum tempo mantenho timidamente algumas páginas neste blog com dicas de viagens sobre com o que tomar cuidado, ferramentas de auxílio aos viajantes, documentos e outros. Confesso que gostaria de ter escrito mais, entretando, questões paralelas (sempre elas) não me permitiram. Mas não é por isso que estou fechando esta área ou seção. Fecho-a por um motivo muito maior e que me deixa imensamente feliz.

Desde meados de 2004 uso um guia na Internet para procurar informações adicionais sobre meus destinos de viagens. Este chama-se Wikitravel; um site baseado na idéia do Wikipédia, a maior enciclopédia mundial que disponibiliza à qualquer ser-humano informações livres. O Wikitravel é isso: um grande guia de viagens onde qualquer pessoa pode contribuir ou utilizar sem gastar um único centavo.

Mas existia um problema para a maioria das pessoas: não estava disponível uma versão em português das informações lá contidas (mais ou menos 6 mil destinos diferentes em todo o mundo). Como sou um chato (reconheço), desde minha entrada no Wikitravel venho insistindo com os criadores para fazerem o mesmo em nosso idioma. Assim, brasileiros, portugueses, moçambicanos, angolanos e outros povos que compartilham do mesmo idioma poderiam também criar e utilizar o Wikitravel.

Decorridos mais de ano e meio, recebo a notí­cia esta madrugada que foi criado o Wikitravel em português, do qual me orgulho profundamente de ter “forçado” para que acontecesse e de onde sou o usuário de número 1 no sistema (clap clap clap).

Por quê de minha alegria? Simples, agora poderemos compartilhar milhares de roteiros de viagem, dicas, fotos, informações e tudo mais a respeito de colocar o pé na estrada, em nosso idioma.

Com o nascimento do Wikitravel em português, deixa de ter sentido minhas humildes páginas. Assim, estarei colocando o conteúdo delas dentro do Wikitravel para que qualquer pessoa possa acessá-las e editá-las como bem entender. Com isso, dou minha colaboração àqueles que certamente também irão colaborar comigo disponibilizando informações sobre meus próximos destinos (por exemplo, a Austrália ano que vem).

Se você quer participar por exemplo com dicas de sua cidade; aquela que somente você sabe, aquela pracinha legal, aquele mercado que vende uma pimenta violenta ou aquele restaurante italiano, participe do Wikitravel. Você não paga nada e pode colaborar com milhões de pessoas no mundo todo. Se não entendeu como funciona e quer uma ajuda, me envie um e-mail que terei o maior prazer em ajudá-lo a participar.

Wikitravel, parabéns! (em bom português)