Mês: dezembro 2006

Meus amigos marroquinos

Passei as duas últimas semanas de novembro em Recife/PE ministrando um curso no Tribunal de Contas do estado. Um trabalho tranquilo e que adoro fazer, além de uma turma extremamente interessanda e batalhadora. Deste período, além de meus novos compadres cachaceiros, primos de Juliano (Guto, Hugo, Fabio, etc) e da Bodega do Véio (um “point” em uma viela de Olinda remanescente daqueles tempos que se achava numa bodega até parafuso de cabo de serrote), também tive a oportunidade de conhecer duas pessoas que, além de serem extremamente engraçadas, são exemplos de perseverança dos mais bonitos.

Fiquei todo este tempo em uma pousada em Olinda chamada Pousada D’Olinda. Um casarão antigo defronte da Igreja de São Pedro. Simpática, limpa, arrumada e tranquila, a pousada é certamente uma das melhores da cidade não somente pelo preço justo mas também pelo maravilhoso atendimento proporcionado pelos irmãos marroquinos que dela são donos.

O mais velho, Abdul (ou pelo seu nome brasileiro, Artur) chegou antes no Brasil. Resolveu ficar seis meses viajando e depois de um ano, recebeu uma proposta de um amigo para voltar e cuidar da pousada que hoje está. Engenheiro Químico de formação, ele já fez de tudo na vida; foi cabelereiro, garçom e artista plástico. Aventureiro nato, deixou sua terra natal devido ao magnetismo que o Brasil exerce nos estrangeiros (palavras dele inclusive) para simplesmente aqui viver. Estudou gestão hoteleira por correspondência no SENAC e depois de formado com louvor, mesmo falando um português simplório na época (mas falando fluentemente francês, inglês, árabe e espanhol) ele assumiu a pousada “zerada” e com muita força de vontade e dedicação, manteve o bom nome da casa, constituiu família aqui e hoje não pensa em voltar.

Seu irmão, Abdila (ou Andrey), depois de um ano e meio de seu irmão no país, foi convidado para também vir ao Brasil trabalhar e viver. Ele tem uma história mais engraçada ainda. Seu pai, comerciante no Marrocos deu um ultimato daqueles que os jovens precisam para virar homens: “ou você se casa e toca a loja da família ou vai morar com seu irmão no Brasil”. Ô dureza!!! Pediu um tempo para pensar nas duas propostas. Em suas palavras, diz ele que “A felicidade pode não estar onde nascemos, mas ela existe”. Dias após, recebeu alguns “sinais” da vida dizendo que o melhor que teria a fazer era vir para o Brasil pois sua felicidade poderia cá estar. Resolvido, chegou ao seu pai e disse: “resolvi ir para o Brasil”. Seu pai, que aparenta ser pessoa vivida pergunta à ele o porque desta decisão e ele, de bate-pronto responde: “penso que estando embaixo das asas de meus pais não serei homem realmente. Assim, acredito que lutar o dia-a-dia em uma terra diferente poderá me dar esta condição”. Satisfeito com a resposta do filho, mandou-o para cá a fim de ajudar o irmão e também a se tornar homem.

Da mesma forma que o mais velho, estudou o que pode sobre nossa cultura e sobre os assuntos relacionados com seus negócios paralelamente as tarefas diárias que tinha que exercer dentro da pousada. De causos em causos, hoje está tranquilo, com família constituída e feliz da vida, condição esta estampada no sorriso tanto dele quanto de seu irmão mais velho.

As lições aqui são muitas. A primeira delas é que fazemos nossa felicidade (ou buscamo-a em qualquer lugar). A segunda que não existe impossível mas sim o medo (que já falei várias vezes aqui sobre ele). Medo do novo, medo da insegurança do que irá encontrar, medo de não dar certo, medo de tudo. E finalmente, a melhor delas é que sem trabalho e amor não se constrói nada. Esqueça o que você conhecer sobre “turcos” que nós brasileiros teimamos em chamar todos que são árabes (da mesma forma que os paulista generalizam todos os nordestinos como “paraíbas”). Eles cá não estão em busca de dinheiro fácil ou coisa do tipo. Cá estão para serem felizes, para contribuírem com nossa terra e também para nela deixar um legado de bons feitos.

Pessoas honestas e extremamente educadas e cortezes, certamente Deus para eles é muito bom e para mim, mais ainda em poder conhecer pessoas deste tipo que agregam mais ainda em minha vida e que me mostram cada vez mais que ser feliz é diferente de estar feliz.

À eles, meus sinceros e humildes parabéns pelo peito e coragem. À você que lê, visite a pousada e tenha certeza que irá se impressionar tanto quanto eu com o respeito e simpatia, provando que não é somente nós brasileiros que a temos.

Obs: as fotos de Olinda podem ser vistas clicando aqui.

Participe da próxima missão à Marte

Você não precisa ser uma sonda ou ter uma conta corrente sem limite de crédito para participar da próxima missão ao planeta vermelho. Basta simplesmente preencher um formulário e seu nome será incluído dentro de um mini-DVD que seguirá na missão Phoenix juntamente com mensagens de Carl Sagan, Arthur C. Clarke e muitos outros.

Os dados são simples: seu nome (que estará dentro do mini-DVD), endereço de e-mail e país (se quiser). Feito isso, até dia 5 de janeiro você pode também fazer o download do certificado em formato PDF que consta seu nome e a garantia que ele estará dentro do DVD.

Interessante não? Pois então acesse o site da Planetary Society clicando aqui e participe. Quem sabe daqui há alguns anos descobrem o DVD e seu nome está lá também, participando das primeiras palavras que outros seres vão ler de humanos?

Trabalhar no Timor

Pode ser uma boa para quem quer injetar um pouco de novidade na vida e fazer a diferença. A CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior soltou um edital para professores de várias áreas que desejam ser bolsistas no Timor Leste. O valor da bolsa é de US$ 1.100,00 para professores e de US$ 2.000,00 para coordenadores, além dos gastos com translados pagos pela CAPES.

Claro, não é uma maravilha de salário mas a oportunidade é interessante principalmente pela troca de experiências. Se ficou interessado, corra porque as inscrições vão até dia 12/01 e existem somente 13 vagas. Quem sabe não nos encontramos lá?

Uma outra vaga é da UNV/UNDP. O escritório de Bonn na Alemanha está precisando de web editor/web manager. Para a vaga o candidato precisa de inglês fluente, conhecimentos de 5 anos na área e outras “cositas más”. As infos estão disponíveis aqui.

Boa sorte!

Coisas legais em Sydney

Faltando 17 dias para minha viagem, já comecei a pesquisar sobre Sydney, Austrália, onde vou passar pelo menos 36 horas em uma “pequena” escala. Além de comprar um notebook novo (desta vez um MacBook), preciso caminhar e não perder a oportunidade (claro que vou voltar para uma semana de tour, mas…)

Uma delas é a Ópera de Sydney, um lugar muito bacana e que sempre vemos em filmes que possuem a fotografia australiana. Eles tem um passeio de uma hora pelas dependências do prédio que pelo visto é muito interessante não somente para conhecer mas também para sentir um pouco do sotaque australiano. Este já está no caderninho.

Mas o legal mesmo é outro passeio. Uma escalada na Harbour Bridge, a ponte que corta a baía de Sydney onde o corajoso pode literalmente “subir a ponte” (monitorado é claro) para, numa visão única a 134 metros de altura, observar a baía e quase toda a cidade. Infelizmente este passeio ficará para a próxima pois preciso de tempo e também, melhor ainda se alguém estiver comigo. Por quê alguém? A foto abaixo traduz o que penso:

Sydney Harbor Bridge

Captou minha mensagem, ó nobre colega?

As infos sobre a escalada (em inglês) podem ser vistas clicando aqui bem como várias fotos da aventura. Vale a pena.

Solução não convencional

O caos nos aeroportos não é exclusividade brasileira. Nos E.U.A. e em todo o mundo o período de férias e festas (para os ocidentais) faz miséria. Se não bastasse o clima entra no meio do caldo para entornar mais ainda.

Hoje o aeroporto internacional Indira Gandhi em Nova Délhi, Índia, foi fechado por causa de um nevoeiro. 3 ou 4 horas de espera e uma solução interessante: uma estudante da Caxemira, região norte do país que vive em conflitos armados, simplesmente ameaçou a “se explodir” dentro do saguão do aeroporto se não fosse imediatamente embarcada. Resultado: arrumaram um outro vôo para ela.

Já pensou se a moda pega em Congonhas?

De volta

Ontem comentei sobre um preconceito que tinha e que “caiu” há pouco. Agora, outro.

Há algum tempo desci o cacete no Orkut e também nas redes sociais. Realmente não gosto muito delas por “n” motivos mas rendo-me novamente à mesma devido ao novo trabalho. Com isso isso vejo que o problema é de localização somente e não da rede em sí. Explico porque.

Nunca entrou em minha cabeça, por exemplo, como pode uma pessoa precisar de uma rede social morando em uma megalópole como São Paulo onde existem cerca de 30 milhões de pessoas? Difícil compreender pois os círculos de relacionamento são enormes em todos os sentidos. Se levarmos esta realidade para o Timor Leste por exemplo, a coisa muda de figura pois em um país onde a capital possui algo em torno de 150 mil pessoas e o país todo, menos de 5% da região metropolitana de São Paulo, ela pode fazer muita diferença, principalmente quando deseja-se encontrar brasileiros que lá estão (algo em torno de 200). Hoje aceito e admito em dizer que estava míope sobre esta visão da rede.

Claro, ainda existe um pouco de “ranço” com a rede, mas nada que me faça perder o sono. Assim, se quiser, lá sou “Paulino Michelazzo”.

Obs: somente um comentário, será que o Timor Leste não é país? Não existe na lista de países da ferramenta mesmo sendo considerado um desde 1999.

Assumindo de vez

Durante muito tempo achei que tatuagem era coisa de gente sem eira nem beira mas hoje tenho que admitir: puro preconceito inexplicável, daqueles que fincam raízes em nossas mentes de uma forma que desconhecemos.

Com dezenas de passagens, boas e ruins, ocorridas comigo nos últimos dois anos, revi vários destes preconceitos bestas que carregava e um deles era este, mas ainda não tinha coragem de “quebrar a barreira” e fazer uma em meu corpo que mesmo estando fora de forma, sou apaixonado por ele (ainda bem né!).

Mas a idéia ia martelando na cabeça e final do mês passado resolvi, já que ia mudar radicalmente de vida e por não sei cargas d’água acredito que estou no meio de minha estada na Terra, fazer uma. Porém existia um dilema: o que tatuar? Teria que ser algo que eu me identificasse, que gostasse realmente e que possuísse um significado muito grande para mim. Então, resolvi tatuar aquilo que expressa de uma forma simples, fácil e até “meiga” o sentimento de liberdade que tanto batalho e tanto gosto.

Minha Tatoo

Isso mesmo, um TUX, o mascote do sistema operacional Linux que representa toda esta questão de liberdade. Como detalhe adicional, uma bandeira do Brasil que mesmo sendo desta mãe muitas vezes ingrata, ainda é pátria amada de formas inexplicáveis e que claramente indicaria minhas raízes, estando onde estivesse.A tatuagem foi feita em São Caetano do Sul no estúdio do Johnny, um cara extremamente detalhista e com um traço perfeito. Muito bem indicado, o trabalho ficou sensacional, acredite.

Arrependido? Não, de forma nenhuma. Além disso, é interessante ouvir as pessoas comentarem “ele tem um pinguim nas costas” e mais interessante ainda quando reconhecem que é o Tux, o mascote do Linux. Sinal que as coisas estão mudando.

PS: Se quiser fazer uma tatto legal também, fale com o Johnny pelo fone (11) 9334-7878.

Que diacho são estas letras brancas?

Já começaram as perguntas sobre o novo blog. Uma delas é interessante: “que diacho são estas letras e números brancos na barra preta do site?”

Bem, se você clicar nelas será redirecionado para um mapa da região do sudeste asiático onde fica o Timor Leste mas efetivamente este “código” são as coordenadas geográficas (latitude e longitude) da cidade de Dili, capital do Timor.

Então se não sabe onde fica, clique nelas e ficará sabendo visualmente. Fácil não é?

Agora se quiser ver o prédio onde estarei trabalhando, clique aqui. É o telhado azul em formato de “F” deitado

Primeira grande providência: milhas

Com a aproximação da viagem para o Timor, a primeira grande providência é arrumar um cartão fidelidade para não perder as milhas deste primeiro vôo (e claro, dos outros que irão surgir). Muito bem, toca então conseguir um cartão.

Tentei primeiramente a LanChile mas o sistema deles não finaliza o processo. Por três ou mais vezes, sempre a mesma mensagem de erro. Descontente, vamos para a segunda opção, a companhia australiana Quantas. Nela, uma surpresa: você tem que pagar para fazer parte do programa. Como pobretão que sou, declinei da singela oferta de AU$ 89 pelo cartão. O que fazer então?

Fui verificar então o site da OneWorld, uma aliança de companhias aéreas para saber se existia alguma que pudesse usar (algo como a StarAlliance que a Varig faz parte). Dentre as companhias que participam achei a solução: Iberia. Uma empresa espanhola de aviação que sempre tive boas referências com a mesma. Procuro o programa de milhagens, rapidamente preencho os dados e cá está o cartão na mão.

Iberia

Agora é só apresentar no check-in da LanChile ou Quantas para receber as milhas. Mesmo não sendo destas companhias, existe uma “troca” entre elas e valem da mesma forma.Nada como um pouco de “neurônio” para resolver o problema e aproveitar. Quem sabe não arrumo uma passagem para Tóquio de graça?

Casa nova em todos os sentidos

Muito bem, sem milongas e prefácios especiais, estou de casa nova em todos os sentidos. Blog novo, endereço do blog novo, ferramenta do blog nova e também… residência nova.

Isto mesmo, a partir de Janeiro de 2007 estou mudando minha residência para o Timor Leste, uma ilha no sudeste asiático onde irei trabalhar como Systems Development Specialist dentro do Ministério da Justiça do governo timorense desenvolvendo aplicações baseadas em AMP (Apache, MySQL e PHP) sob a tutela da UNDP – United Nations Development Program, um programa para países em desenvolvimento (como é o caso do Timor Leste).

“Uau! Que mudança!!!”
Pois é isso mesmo. Uma mudança enorme efetivamente pois trabalhar em um país como o Timor, do outro lado do mundo, acredito não ser nada fácil. Mas deixe-me explicar como isso ocorreu.

A gênesis da história

Em 13 de agosto deste ano recebi uma mensagem de uma lista de discussão que assino com o anúncio de uma vaga para desenvolvedor web no Timor Leste. Inicialmente achei estranho mas verificando a fonte da mesma e também o endereço de e-mail de origem, resolvi arriscar pois as chances de ser uma “verdade verdadeira” eram muito grandes. Assim, em resposta ao e-mail, escrevi candidatando-me à vaga pois o perfil desejado se encaixava perfeitamente dentro do que faço e seria, sem dúvidas, uma oportunidade ímpar na vida: desenvolver software livre em um país que está sendo reconstruído, trabalhar atrelado à um organismo internacional como a ONU, aprender sobre novas culturas e claro, a viagem do sonho de criança.

No mesmo dia recebo resposta ao e-mail solicitando meu curriculum para uma primeira análise e com alguns comentários já interessantes sobre onde eu estava me metendo (“Obrigado por mostrar interesse, é sempre complicado achar alguem que
encare esse tipo de desafio!”
). Sim, com certeza não é fácil achar pessoas que saem do conforto do Faustão para ir morar num país onde não existem orelhões. O mais interessante é que existem pessoas que não fazem idéia de onde fica o Timor e nem se dão ao trabalho de procurar saber (como se na web fosse impossível achar).

Neste momento começou a minha angústia. Esperar por respostas nesta época de mundo globalizado onde uma mensagem está do outro lado do planeta em segundos faz com que o monge mais sereno roa todas as unhas dos dedos. Mas o que fazer?

A primeira espera

Passam-se os dias e nada de retorno. “Será que não passei nem na primeira avaliação de curriculum?” Que vergonha pensava eu. No dia 29/08 resolvi enviar outro e-mail pois poderia o primeiro ter sido perdido no caminho (afinal são somente 20 mil km). Em resposta, recebo a primeiro positivo do selecionador que tinha recebido ao todo sete curricula (plural do latim, curriculum) e separado dois para uma segunda etapa (inclusive o meu). A parte ruim era que a segunda etapa que consistia de uma entrevista via telefone e que não dependeria deles. Por isso, teria que ficar aguardando mais um tempo dado por “indefinido”.

Bem, pelo menos a primeira parte estava concluída e com sucesso. Agora…

A segunda espera
Loooooooogaaaaaa, bem longa.
No dia 10/10 recebo a informação que a etapa seguinte tinha sido marcada: dia 17/10 ou seja, mais de dois meses após o primeiro contato. Esta etapa consistia em reunir o pessoal técnico que lá está para uma “sabatina” em português e inglês sobre questões relacionadas com tecnologia (redes, programação, desenvolvimento, ferramentas, etc) e também aspectos pessoais (o que gosta de fazer, hobbies, o que pensa sobre o voluntariado, o que pensa sobre o trabalho). Também seria avaliada a destreza (ou não) tanto em português quanto em inglês (requisitos básicos para a vaga).

A sensação era interessante: uma mistura de euforia com medo. Euforia porque se desse tudo certo, estaria com um passo no Timor. Já o medo era devido o safado do Murphy que teima em dar as caras nestes momentos. Além disso, a preocupação de se fazer entender e explanar tudo o que pensa sobre as coisas filosóficas e técnicas de uma forma compreensível.

Os dias vão se arrastando. Ia lendo o que podia sobre todos os pontos que não me recordava muito relacionados ao meu trabalho. Fazer código é fácil para quem está acostumado como eu mas o problema era explicar determinado conceito que, com o passar do tempo fica escondido dentro da cabeça, você usa mas não lembra como explicar. Então, uma sessão “remember” tomou conta nestes dias até a entrevista.

O divisor de águas
Chega o dia da entrevista. O telefone toca em casa por volta das 23:00 horas e vem aquele chiado de fundo com um “delay” de três segundos na ligação. O coração quase salta pela boca pois esperava o contato via Skype ou similar e não via telefone fixo. Do outro lado, oito pessoas felizes com a oportunidade de “espancar o gordinho” com perguntas de todos os tipos. Algumas pegadinhas (obrigado Daniela!!!) não poderiam ficar de fora do rol das dificuldades que também contava com a péssima qualidade de ligação e a preocupação com a parte em inglês que devido não ser meu idioma nativo e do outro lado o sotaque poderia atrapalhar juntamente com todos os outros poréns.

Depois de aproximadamente 50 minutos, todos se despedem e fica aquela sensação: “será que fui bem”? Neste momento já estava gostando da idéia de passar uma temporada fora do país e não gostaria muito de perder esta chance. Mas ainda tinha mais água para passar por debaixo da ponte…

“Você vem para o Timor”

Uma semana depois da entrevista chega um singelo e-mail do Ronaldo Quinteros (que sempre foi o contato neste processo) com a frase: “Olá Paulino, Parabéns, você vem pro Timor!” Neste momento “caiu a ficha” do que tinha feito. Confirmara a minha capacidade técnica passando por todas as adversidades e carimbara meu passaporte para uma temporada de dois anos na Ásia. Mais uma vez um turbilhão de sensações: medo, ansiedade, dúvida, alegria e claro, aquele verdadeiro “cagaço” que acompanha tudo aquilo que fazemos de efetivamente diferente em nossas vidas. Nada que já não conhecesse de outras oportunidades (quem lembra do “esqueceram de mim” na Noruega há dois anos???) mas agora seria diferente, bem diferente.

Começa a fase então da mudança. Envio de dezenas de documentos comprobatórios de cursos, palestras, eventos etc, documentos pessoais, tomar vacinas e assim por diante. Além disso, desfazer-me completamente da casa em João Pessoa pois não teria nexo mantê-la durante dois anos fechada e pagando aluguel.

Tudo pronto
Dia 10 de Janeiro embarco via São Paulo, Santiago, Auckland (Nova Zelândia), Sydney, Darwin (Austrália), chegando em Dili quatro dias depois. Na bagagem a esperança de poder fazer um ótimo trabalho para o governo timorês e aprender muito mais do que ensinar, principalmente sobre o que é efetivamente passar por adversidades. Além disso a saudade da garoa de São Paulo, das praias de João Pessoa, do asfalto das “BR’s” e principalmente daqueles que aqui ficam para o reencontro daqui 2 anos. Neste tempo este blog será o canal de communicação “oficial” do que lá se passa.

E agora José?
Bem, agora é postar aqui as trivialidades e preparativos para a viagem. Precisava “inaugurar” o blog com alguma mensagem e nada melhor do que explicar o porque da mudança. Nos próximos dias, dezenas de coisas interessantes serão colocadas aqui no “warm-up” da nova casa digital.

O que espero disso tudo? Bem, espero que goste do blog (acho que ficou bonitinho) e também do que vai achar aqui. No restante, deixe com Deus que ele resolve.